A Semana

A população pede o banimento da extrema-direita

Crédito: Ebrahim Noroozi

Manifestações chegam a reunir trezentas mil pessoas: apoio do premiê Olaf Scholz (Crédito: Ebrahim Noroozi)

Por Antonio Carlos Prado

Aconteceram, ao longo da semana passada, dezenas de manifestações populares em diversas cidades da Alemanha, algumas chegando a reunir cerca de trezentas mil pessoas e todas com a mesma reivindicação: o governo deve proibir as atividades políticas do partido de extrema-direita denominado Alemanha para a Alemanha (AfD). O motivo é justo e conta para o bem da humanidade: uma reportagem do órgão de comunicação Correctiv revelou que houve reunião clandestina de lideranças da sigla AfD com dirigentes de grupos declaradamente neonazistas. Nessa reunião discutiu-se o inimaginável: a deportação, sobretudo para a África, de milhões de imigrantes, incluindo aqueles que possuem cidadania alemã. Nas últimas eleições federais, em 2021, o partido extremista obteve apoio de 10,3% da população. Hoje, no entanto, ele subiu para o segundo lugar nas pesquisas e tem a simpatia de aproximadamente 25% das pessoas. As manifestações estão recebendo total solidariedade do premiê alemão, Olaf Scholz, e da ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock. Eles estudam com quais meios constitucionais podem proibir que a AfD prossiga atuando no país.

Olaf Scholz: luta contra os neonazistas (Crédito:Sean Gallup)

AVIAÇÃO
Recorde no Brasil em cassação de licença para pilotar

Helicóptero acidentado: reciclagem de pilotos (Crédito: Alexandre Maretti/Folhapress)

Dados divulgados pela Associação Nacional de Aviação Civil (ANAC) demonstram que, tristemente, o ano passado fechou com recorde brasileiro de cassação de licenças de pilotos de avião e helicópteros. Isso tem um lado positivo, uma vez que deixa claro que a ANAC está exercendo com rigor a sua função e retirando do ar os maus condutores de aeronaves: sejam de aviões ou helicópteros, sejam pilotos privados, da área comercial ou de linhas aéreas. Quarenta e seis pilotos perderam suas licenças. O lado negativo é que mais acidentes estão ocorrendo — entre cada dez episódios envolvendo aviões, um deles se dá com helicóptero: foram quinze ocorrências com esse tipo de aeronave, resultando em dez mortes. “Temos diversos tipos de licença. Em hipótese alguma um piloto privado, por exemplo, pode vender serviços a passageiros“, diz Luiz Ricardo Nascimento, diretor da ANAC. “A cassação de licenças está relacionada com a segurança, e a segurança é sempre a prioridade em relação ao passageiro”. O transporte clandestino também tem crescido: além da cassação, implica multa de R$ 200 mil. Em 2023 houve 15 acidentes de helicópteros com dez óbitos.

Luiz Ricardo Nascimento: “a prioridade é a segurança do passageiro” (Crédito:Divulgação)

EUA
Para Trump, a chave da Casa Branca pode estar na Carolina do Sul

E lá se foi mais uma esperança dos norte-americanos e do mundo democrático que não querem Donald Trump pela terceira vez na Presidência dos EUA. O país está realizando as suas eleições primárias, das quais sairão o número de delegados do colegiado que elegerá o novo mandatário e, também, o nome dos candidatos que os partidos indicarão oficialmente como postulantes à Casa Branca. O republicano Donald Trump venceu na terça-feira 23 as primárias em New Hampshire, no confronto direto com Nikki Haley, ex-embaixadora da nação na ONU. Com 44% dos votos apurados até às 23 h 30, o ex-presidente contabilizava 53,2% dos votos e Haley tinha 45,7% — ao sair-se ganhador o empresário conquistou mais doze delegados. “Parabenizo Donald Trump pela vitória, mas não desistirei porque ainda há muita disputa pela frente”, declarou Haley, que também pleiteia ser indicada candidata pelo Partido Republicano. Ela está certa, tem-se muito a caminhar, e essa foi somente a segunda eleição entre as primárias (a primeira realizou-se em Iowa, também com vitória do ex-mandatário). Ocorre, porém, que seu favoritismo apontado em pesquisas está se confirmando e ele tem 69% das intenções de votos. As próximas primárias republicanas serão na Carolina do Sul, estado que já foi governado por Haley. Uma eventual vitória de Trump são as chaves que lhe abrirão as portas da Casa Branca.

Votação em New Hampshire (acima) e Trump comemorando a vitória: sem surpresas (Crédito:Timothy A. Clary)
(Timothy A. Clary)
Nikki Haley: pelo jeito, ela vai até o final, ainda que sem chances (Crédito:Joseph Prezioso)