Os óculos de ver o futuro

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Mentor Neto: "Foi-se o tempo dos golpes românticos da malandragem, vendendo terrenos na Lua" (Crédito: Divulgação)

Por Mentor Neto

Ganhei um par de óculos de Natal.

Não são óculos de leitura, nem para vista cansada, que estariam bem de acordo com minha idade ocular.

Os óculos que ganhei são para enxergar o futuro.

Digo isso porque esses óculos representam uma coisa que meu lado geek vem pensando já há algum tempo.

Um mudança que está acontecendo bem debaixo dos nossos olhos.

Literalmente, porque está acontecendo justamente em nossos celulares.

Você já notou a poluição de cores e símbolos que poluem as telinhas que levamos no bolso e que fomos acostumados a usar?

Um amontoado de caixinhas coloridas, cada uma para um aplicativo diferente.

Um para se comunicar, outro para ver fotos, mais um para pedir comida, um joguinho, ou aquele para chamar um táxi.

Tem que ser malabarista para controlar tudo isso, pulando de um quadradinho para outro.

Da janela do escritório, às 18 horas, todos os dias, vejo uma fila de humanos com os rostos iluminados pelas telas sem sequer olhar por onde pisam.

Nossa geração assistiu à revolução dos celulares. Vem aí mais uma

Surge o chatGPT e, com ele, outra formas de interagir com a informação digital.

Um jeito mais coloquial, mais prático, mais eficiente.

Você aprende que pode obter respostas úteis, ao invés de receber os genéricos links das ferramentas de busca.

O próximo passo é natural.

Assim como os smartphones foram os hardwares criados para dar mobilidade aos softwares dos computadores, começam a surgir hardwares que vão dar mobilidade à Inteligência Artificial.

Se você está atento aos lançamentos que estão chegando, já deve ter percebido que a indústria está nos apresentando novas maneiras de interagir com a tecnologia.

Estamos no limiar de mais uma virada que deve mudar nossas vidas para sempre.

Esses meus óculos são um primeiro, embrionário, exemplo dessa mudança.

Tratam-se dos óculos que aquela gigantesca rede social criou em parceria com a mais tradicional marca de óculos escuros.

Sua aparência, à primeira vista, é a mesma de um par de óculos clássicos.

Mas estes guardam segredos.

Nos braços têm dois pequenos falantes embutidos, que emitem som claro, sem a necessidade de colocar nada dentro do ouvido.

Trazem também um microfone, imperceptível.

Tem mais.

O treco vem com uma câmera capaz de fotografar e gravar vídeos de um minuto, acionada por um discreto botão ou por comandos de voz.

Também é possível transmitir o que você está vendo, ao vivo, por aquela rede social das fotos.

Mas o melhor de tudo, de longe: ele escuta o que você fala e, conectado a uma Inteligência Artificial, responde suas perguntas instantaneamente.

Em breve será lançada uma funcionalidade que permitirá que os óculos analisem o que você está vendo.

Olhe para um prato e pergunte quantas calorias.

Os óculos respondem.

Tudo isso sem nenhuma tela.

Por isso, com ele, estamos enxergando o futuro.

Essa experiência, de equipamentos que entregam benefícios sem que você precise ficar batucando ícones numa tela, chegou para ficar.

E a CES, a mais importante feira de tecnologia do mundo, mostrou isso em Las Vegas.

Mostrou o Rabbit R1, uma caixinha que atende seus pedidos mais complexos não com informação, mas com ações, como planejar uma viagem, reservar vôos, hotéis e Tours.

Ou o hypado AI Pin da Humane, um quadradinho que você prende na roupa e projeta informações na sua mão.

Sim. Seu smartphone está com os dias contados.

Adeus aplicativos.

Em breve, equipamentos menores, mais discretos vão “vestir” em você.

E sua rotina inteira vai mudar.

Sei disso porque estou vendo daqui, dos meus óculos.