Todos os homens do presidente

Crédito: Agência Brasil; Felipe Gonçalves/Brasil247; Claudio Cabene

Marcola (chefe de gabinete), Paulo Pimenta (chefe da Secom) e Stuckinha (fotógrafo pessoal): ninguém fala com Lula sem passar por eles (Crédito: Agência Brasil; Felipe Gonçalves/Brasil247; Claudio Cabene)

Por Germano Oliveira
Colaborou: Marcos Strecker

Dez pessoas são relacionadas por fontes de ISTOÉ no Planalto como as que o presidente mais confia e consulta sobre diversos assuntos, desde uma decisão administrativa até uma questão pessoal. É consenso que o assessor de maior confiança é Marco Aurélio Santana Ribeiro, o Marcola, chefe de gabinete da Presidência. Ninguém fala com Lula sem passar por ele. Paulo Pimenta, da Secom, foi conquistando a amizade de Lula e hoje é muito próximo dele. O fotógrafo Ricardo Stuckert, o Stuckinha, transformou-se em sombra do presidente: está ao seu lado mais de 15h por dia. Jorge Messias, Advogado-geral da União; o advogado Marco Aurélio de Carvalho (Prerrogativas); Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e o deputado Rui Falcão são outros em quem o petista sente firmeza.

Amigos

O grupo de amigos, contudo, é o que Lula mais gosta de consultar sobre tudo. O primeiro é Paulo Okamoto, do Instituto Lula, que funciona como “caixa” do petista. Edinho Silva (prefeito de Araraquara) é fiel companheiro há décadas. A amizade envolve também Emídio de Souza (ex-presidente do PT-SP) e Andrei Passos (diretor-geral da PF).

Mulheres

Lula tem, ainda, um núcleo de mulheres que fazem sua cabeça, a começar pela primeira-dama Janja da Silva. A socióloga dá palpites até na formação do ministério e em assuntos do governo. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também é muito próxima do mandatário. Já Clara Ant, secretária particular, faz relatórios do seu dia a dia há 40 anos.

A força da mulher

(Divulgação)

Lula é amigo de Chico Buarque há décadas, desde quando jogavam futebol no campo de peladas do cantor. Agora, o petista acaba de nomear a jurista Carolina Proner, mulher do artista, para o Conselho de Ética Pública da Presidência. O cargo não prevê remuneração e objetiva investigar denúncias que envolvam membros do governo. As penas vão da advertência à exoneração. Ela assessorava Mercadante (BNDES).

Rápidas

Depois das recentes entrevistas concedidas por Lula, Flávio Dino, Ricardo Cappelli e José Múcio, que estavam à frente das operações de combate ao 8 de Janeiro, ficou claro que escapamos de um golpe por um triz. Só não houve porque a maioria das Forças Armadas não quis.

Os números divulgados pelo Inpe na sexta-feira, 5, revelam o quanto Bolsonaro detonou a Amazônia. Em 2023, o Brasil perdeu 5.151,6 km2 da floresta, uma redução de 50% em relação a 2022, último ano de seu governo.

Funcionários do Ibama e do ICMBio, responsáveis pela fiscalização do desmatamento, sobretudo na Amazônia, estão em greve por melhores salários. Criticam o governo Lula por “proteger a PF”, que acaba de ter reajuste de 22,6%.

O padre Júlio Lancellotti deveria ser homenageado por proteger 50 mil moradores de rua e não investigado em uma CPI da Câmara de SP como querem os nobres edis, liderados por um tal Rubinho Nunes (União Brasil).

Retrato falado: Lula

Lula: “Quem quiser o Poder terá de ser eleito” (Crédito: Joel Silva)

O presidente Lula deu declarações esclarecedoras sobre os acontecimentos do 8 de Janeiro, quando estivemos à beira de um golpe patrocinado por quem questionava sua vitória. À “Folha”, por vídeo, disse: “Quem quiser o Poder que dispute eleições”. Referia-se, obviamente, aos fardados ansiosos por uma ruptura democrática. À GloboNews falou algo parecido. “Se eu tivesse assinado a GLO, teria transferido o Poder aos militares”, como o alertou Janja ainda em Araraquara.

Mamata industrial

A indústria automobilística se instalou no Brasil no século passado e sempre contou com subsídios do governo. Na década de 50, o poder público deu incentivos para as montadoras se implantarem em São Bernardo, no ABC, onde o sindicalismo de Lula cresceu com o imposto sindical. A Via Anchieta foi construída para ligar a região ao Porto de Santos, objetivando facilitar a importação e exportação de seus veículos. Tudo isso para privilegiar quatro fábricas, que tinham mercado cartelizado e lucros exorbitantes. Até que surgiu Collor de Mello e abriu o setor, modernizando nossas “carroças”. Agora, o setor precisa enfrentar os veículos elétricos dos chineses.

Carro verde

A Anfavea, que representa o segmento, se viu ameaçada com a chegada dos competitivos carros da China e pediu para o governo voltar a taxá-los com impostos de até 35%. Assim, Alckmin acaba de anunciar o Mover, que vai aplicar R$ 19,3 bilhões para modernizar a indústria e desenvolver nosso carro verde.

Mosca azul

Tarcísio de Freitas tem sido aconselhado por amigos a não ser candidato a presidente em 2026, preferindo a reeleição, mas o governador tem dado sinais de que foi picado pela mosca azul, levando-o a pensar em uma candidatura presidencial agora. Sonha em ser herdeiro do inelegível Bolsonaro, porque se deixar para 2030 o ex-presidente volta.

(Fernando Nascimento)

Bola dividida

Ele prepara, inclusive, uma reforma do secretariado para dar mais espaço à chegada de novos aliados. Devem sair pelo menos três secretários, como Helena Reis (Esportes), pré-candidata a prefeita de Rio Preto, onde Bolsonaro também tem candidato (coronel Fábio Cândido). “Não quero entrar em bola dividida com Bolsonaro”, disse o paulista.

Lewandowski será desaposentado

(Divulgação)

Depois muito suspense e conversas com Janja na Restinga de Marambaia (RJ), na virada do ano, Lula decidiu nomear Ricardo Lewandowski para a Justiça. Ele era o preferido, mas tinha contratos com clientes que precisou descartar, o que atrasou o desfecho. Marco Aurélio de Carvalho e Jorge Messias, candidatos à vaga, elogiaram.

Toma lá dá cá: Alexandre Baldy, da BYD Brasil

Alexandre Baldy, Conselheiro Especial da BYD Brasil (Crédito:Divulgação)

Como explicar que a chinesa BYD já seja a maior fabricante de carros elétricos no mundo? 
Lideramos a venda de carros elétricos com mais de 3 milhões de veículos produzidos em 2023, um crescimento de 62% na comparação com 2022.

A BYD veio para mudar o rumo da história. Por que seus veículos também fazem sucesso no Brasil?
Os brasileiros enxergam o carro como verdadeira paixão. Nos unimos a esse sonho e chegamos ao Brasil com produtos de elevada qualidade e preços acessíveis.

A BYD fabricará seus veículos aqui?
Investiremos R$ 3 bilhões para construir três fábricas na Bahia. Uma delas será para a produção de automóveis híbridos (flex-fuel e elétricos), com capacidade para 150 mil unidades ao ano.