Os mais cotados para o Ministério da Justiça

Crédito:  Marlene Bergamo

Se Lula não escolher Lewandowski, a opção será Marco Aurélio de Carvalho (Crédito: Marlene Bergamo)

Por Germano Oliveira

Até as emas do Palácio da Alvorada sabem que Lula prefere Ricardo Lewandowski como novo ministro da Justiça. Os dois são amigos há 40 anos e ele foi um dos poucos magistrados do STF nomeados pelos petistas que não ficaram com a Lava Jato, operação que o deixou 580 dias na cadeia. E o presidente trata essa fidelidade como preponderante em suas decisões. Mas, se por uma razão ou outra o ex-presidente do STF não for o escolhido nos próximos dias, o advogado Marco Aurélio de Carvalho, do grupo Prerrogativas, que combateu os lavajistas enquanto seu amigo estava na prisão, tem grande chance de ser o futuro inquilino do Palácio da Justiça. “Nos bastidores do Planalto se diz que Lula está entre esses dois nomes”, afirma uma fonte petista.

Janja

Lula gosta muito de Marco Aurélio. Durante a campanha de 2022, era o advogado quem “filtrava” notícias de jornais e revistas, levando-as para o então candidato, que morava perto de sua casa no Alto de Pinheiros. A proximidade entre os dois se estreitou ainda mais pelo fato de a mulher do advogado ser amiga íntima da primeira-dama Janja.

Militância

Marco Aurélio é militante do PT há 30 anos. Recentemente, oito ex-presidentes do partido assinaram um manifesto
apoiando seu nome. Além disso, várias entidades dos movimentos sociais divulgaram documentos recomendando-o para o cargo. Ele coordena um núcleo com quase 300 juristas ligados ao PT e vem crescendo no Planalto.

Desunião Brasil

(Divulgação)

Para evitar um racha ainda maior, o União Brasil resolveu marcar para fevereiro a eleição que escolherá o novo presidente do partido. O atual mandatário, Luciano Bivar, será substituído pelo vice Antônio Rueda. Inicialmente, a reunião aconteceria em maio, mas a sigla decidiu antecipar a convenção para pacificar as disputas internas. Rueda comandará as eleições municipais. Bivar será presidente de honra.

Rápidas

O presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, faz grave advertência sobre o mercado de carbono, entendendo que essa modalidade poderá ser um grande empecilho ao desenvolvimento da economia brasileira caso os parâmetros não correspondam ao status atual de cada país.

Ao se definir o parâmetro de CO2, países que têm 5% da matriz energética limpa vão pular para 30%, atingindo a meta. O Brasil, que já tem 88% da energia limpa, só poderá subir 12%, sem atingir a meta”, diz Roscoe.

O PT deve fazer dobradinhas com o MDB em várias capitais. Em Salvador, pode abrir mão da cabeça de chapa para apoiar Geraldo Junior (MDB). Em SP, o PT apoiará Boulos, mas Lula trabalha para ter Marta Suplicy (MDB) de vice.

Lula já disse que vai gastar o que puder para eleger seus candidatos em 2024. E os prefeitos vão precisar mesmo de mais dinheiro da União. Segundo o BC, as prefeituras apresentam um déficit de R$ 10,9 bilhões.

Retrato falado: Ângelo Coronel, relator do projeto desonerando a folha de pagamentos

Ângelo Coronel: “A MP do governo é uma iniciativa perigosa” (Crédito:Waldemir Barreto)

Ângelo Coronel, relator do projeto desonerando a folha de pagamentos no Congresso, entende que a MP para recuperar receitas, e que desfaz o que os parlamentares fizeram, pode gerar nova crise com o Planalto. “O certo era deixar andar a lei como foi promulgada e, no decorrer do exercício, discutir outra maneira de ajustar a reoneração via projeto de lei.” Pacheco estuda três caminhos para tomar até a volta do recesso: devolver,
modificar ou rejeitar a MP.

Refém do Centrão

Haddad foi o integrante do governo mais vitorioso do ano. Sem maioria no Congresso e com parlamentares fisiológicos no comando das duas casas legislativas, o ministro da Fazenda conseguiu aprovar a Reforma Tributária, o arcabouço fiscal e várias propostas que aumentaram a arrecadação da União, como a taxação das offshores e jogos eletrônicos, para tentar alcançar o dificílimo déficit zero em 2024. Mas é bom lembrar que essas conquistas só foram possíveis graças ao saque dos cofres públicos feito pelo Centrão de Lira. Para garantir todas as vitórias de Lula em 2023, o Congresso extorquiu mais de R$ 53 bilhões em emendas que serão manipuladas pelos deputados e senadores durante a eleição de seus apaniguados no pleito deste ano.

Fundo eleitoral

E quando todos pensam que isso é escandaloso, os deputados aprovam reajuste de recursos inominável para o fundo eleitoral. O governo havia previsto destinar R$ 993 milhões para o fundão, mas os parlamentares elevaram o montante para R$ 5 bilhões. Um absurdo em um País onde 20 milhões passam fome.

A reeleição acabará?

Rodrigo Pacheco promete apresentar emendas para acabar com a reeleição em todas as esferas (presidente, governadores e prefeitos), que passariam a ter cinco anos no cargo, mas não poderiam disputar novo mandato. Acredita que a reeleição é nociva porque os políticos passam os mandatos pensando em se reeleger. Esquece que os deputados são contra.

(Mateus Bonomi

Casa de marimbondos

Outra decisão de Ano Novo de Pacheco o levará a cutucar onça com vara curta. Depois de restringir os votos monocráticos dos ministros do STF, o presidente do Senado quer fixar mandatos de oito anos para os novos magistrados da Corte, que não poderiam também ser reeleitos. No fundo, o que ele quer é levantar pautas que agradem os conservadores.

Maldição do Guanabara

(Mauro Pimentel)

Cláudio Castro é o sexto governador do Rio a ser investigado por corrupção. O STJ autorizou buscas e apreensões contra seu irmão, Vinicius Sarciá Rocha. O próprio governador teve quebrados os sigilos telefônico, fiscal e bancário. A PF apura indícios de que ele usou parte do salário de um funcionário fantasma na Câmara. A cadeira do Guanabara não traz bons fluídos.

Toma lá dá cá: Vinícius Lummertz, ex-secretário de Turismo de SP

Vinícius Lummertz, ex-secretário de Turismo do Estado de São Paulo (Crédito:Divulgação)

O Brasil tem grande potencial para explorar o turismo, mas os preços das passagens não são muito caros?
O preço das passagens no Brasil está no seu ponto mais alto. Com a liberdade tarifária praticada desde 2001, as compras feitas com antecipação são subsidiadas pelos compradores de última hora.

Por que ainda é mais barato fazer turismo no exterior do que no Brasil?
O Brasil é um país ineficiente e somos muito taxados. Somos o país da burocracia, dos impostos e dos juros altos.

Os nossos aeroportos melhoraram com a privatização?
Melhoraram muito, apesar de problemas em alguns casos, como Galeão e Viracopos. Em alguns aeroportos a privatização foi extremamente bem-sucedida, como o de Florianópolis.