Por Erika Mota Santana

Poucos sabem, mas na década de 1990 foi descoberto o neurônio do espelho, pela equipe de neurocientistas Giacomo Rizzolatti, Leonardo Fogassi e Vittorio Gallese.

O neurônio do espelho nada mais é do que a influência daquilo que aprendemos com os exemplos, espelhados nas atitudes e palavras dos outros, dos nossos pares, seja na família, estudo, trabalho, amigos e até desconhecidos pois assistimos, e buscamos absorver informações para nutrir nosso repertorio o tempo todo. Este neurônio é ciência pura, é um tipo especial que é ativado quando uma pessoa executa uma ação, e quando ela observa outra pessoa realizando a mesma ação. Esses neurônios foram inicialmente descobertos em macacos, mas evidências sugerem que eles também desempenham um papel importante no cérebro humano.

No contexto do nosso comportamento, os neurônios têm implicações social e compreensão das ações dos outros. Aqui estão algumas maneiras pelas quais os neurônios espelhos podem influenciar, por exemplo, pela empatia, pois permite que uma pessoa compreenda e compartilhe emocionalmente as experiencias de outras pessoas, pela felicidade, contagiando o outro, pela atitude quando surge um convite para fazer algo — tudo é contágio gerado pelo que sentiram vontade de fazer, aproveitando o exemplo e o impulso partido de alguém. Entendemos, com base nas informações acima, que de fato impactar pessoas é possível, e contagiar também. A ciência comprova que nossas atitudes geram mudanças positivas, é como uma grande onda de ESG, sustentabilidade, solidariedade e governança gerada em cadeia pelo simples fato de um observar a atitude do outro.

Percebemos que há relação entre o neurônio do espelho e o ESG, e não nos damos conta, que isto pode acontecer naturalmente. As pessoas muitas vezes aprendem e são inspiradas mais eficazmente por meio de exemplos concretos do que simplesmente por meio de conceitos abstratos. Falamos do ESG, como se fosse algo distante ou totalmente novo, mas na realidade está intrínseco em nossas ações, a partir da nossa vida pessoal, do que aprendemos, vivemos e fazemos. O mercado diz que o ESG se refere aos critérios ambientais, sociais de governança e que são considerados por empresas e investidores para a avaliar o desempenho e o impacto corporativo na sociedade, mas deixo aqui uma pergunta. Do que são constituídas as empresas, ou as corporações? Respondo que sabemos sim, são de pessoas.

Esta reflexão é uma poderosa ferramenta para o crescimento pessoal bem como nas relações interpessoais. O exemplo se manifesta quando somos capazes de influenciar positivamente as pessoas ao nosso redor. A relação entre o ESG e o neurônio do espelho está no fato de sabermos que estão interligados ao comportamento humano e à influência que as ações de uma pessoa ou organização podem exercer sobre a outra.