Comportamento

A nova onda dos miniprojetores: saiba se a modinha é para você

A moda entre os jovens é trocar a TV por um aparelho portátil que transforma a casa em um cinema particular. Impulsionado pelas redes sociais, o dispositivo virou objeto de desejo e esgotou nas lojas

Crédito: Divulgação

Bom e barato: após viralizar em plataformas como Instagram e YouTube, aparelhos podem ser encontrados a partir de R$ 200 no comércio online (Crédito: Divulgação)

Por Elba Kriss

Montar um cinema particular em casa é a nova mania entre os jovens. Por meio de um miniprojetor que virou febre nas redes sociais, esse pequeno luxo ficou ao alcance de todos. Mas esqueça aquele velho equipamento fixado no teto, comum até hoje em escolas e escritórios.

O dispositivo eletrônico se modernizou e está:
menor,
• mais leve,
• disponível em valores acessíveis — não chega a R$ 200 em algumas ofertas online.

O hábito viralizou graças à turma que prefere acessar conteúdo no TikTok, Instagram, YouTube ou Kwai em vez de acompanhar a programação da TV tradicional.

Essas plataformas trazem centenas de resenhas, dicas e avaliações dos modelos à venda, além de informações sobre decoração do espaço ao redor. Os miniprojetores transformam qualquer quarto em sala de cinema, basta uma parede branca e boa internet.

Foi o que aconteceu com a analista Thayna Xavier, de 28 anos, e o assistente de vendas Márcio Gama, 30, que buscavam uma televisão para o dormitório do casal, mas mudaram de ideia no meio do caminho.

“Uma TV com a tela grande é muito cara. Como sou curioso e sempre pesquiso sobre tendências tecnológicas, encontrei o miniprojetor. Ele é smart, ou seja, você consegue baixar as plataformas de streaming direto nele. Isso é importante”, explica.

Na imensidão da internet, os dois se depararam com dezenas de opções de marcas e preços, e escolheram a chinesa BlitzWolf. “Queríamos algo portátil, duradouro e com boa qualidade de som e imagem. Hoje nosso quarto vira um cinema”, diz Thayna.

Influenciadores digitais no TikTok, os criadores de conteúdo sentiram o poder das redes sociais ao fazer comentários sobre o tema: seus vídeos já ultrapassam 8,7 milhões de visualizações.

O mesmo aconteceu com William Merence, 38, influenciador no Instagram. “Lá eu faço comparativos desses projetores, inclusive, usando de dia e à noite”, descreve.

Mas é possível abandonar a televisão e ficar só com a projeção? “Para quem quer ver TV enquanto está cozinhando, talvez não seja o ideal. Mas para um momento de lazer, comendo pipoca, funciona muito bem. Se me perguntam se prefiro ter no quarto uma TV no quarto ou um miniprojetor, digo que é o aparelho, com certeza. Não me arrependo”, resume Gama.

Os influenciadores Thayna Xavier e Márcio Gama: dicas de compra sobre os equipamentos têm mais de oito milhões de visualizações (Crédito:Divulgação)

Mudança no mercado

O analista de tecnologia da informação Luis Alanoca, de 30 anos, foi influenciado pela tendência e decidiu testar a novidade em sua residência. “Acho que o fator econômico é importante. Como assisto a filmes ou séries casualmente, não vejo necessidade em um aparelho de televisão tradicional no momento”, explica.

O movimento foi sentido também por grandes marcas como a Samsung, que decidiu lançar um modelo para competir com os equipamentos importados. “A recepção da primeira geração dos nossos aparelhos foi surpreendente, a ponto de e eles esgotarem nas semanas de pré-venda. Acreditamos que esta é uma resposta dos consumidores, em especial dos mais jovens”, observa Guilherme Campos, diretor de produtos de TV e Áudio da Samsung Brasil.

A nova versão do aparelho vai além, permitindo ao usuário disputar jogos por streaming sem a necessidade de um console. “Nosso foco era na geração Z, mas, por conta da receptividade observamos que o aparelho também despertava o interesse de pessoas de outros perfis e faixas etárias. Depois de estudos e análises, percebemos que os miniprojetores também podem chegar aos consumidores com 30 anos ou mais”.

Aos que ficaram interessados na novidade, o especialista em tecnologia da informação Rafael Franco atenta para que o consumidor verifique qual é o tipo de sistema operacional antes de comprar um aparelho.

“É importante prestar atenção se ele é compatível com o tipo de smartphone que a pessoa utiliza no dia a dia. Dessa maneira, ela poderá espelhar os aplicativos nessa tela e otimizar o uso”.

Aliados aos celulares, os miniprojetores criaram um novo e poderoso mercado dentro do disputado universo de produtos voltados ao audiovisual.

Ideal para levar nas viagens: geração Z e millennials transformam ambientes pessoais com o equipamento (Crédito:Divulgação)