Gonet já levou ‘fora’

Crédito: Roque de Sá

Por Leandro Mazzini

Afilhado do ministro Gilmar Mendes, o novo PGR Paulo Gonet queria nomear como principal assessor o ex-chefe da Casa Civil da GDF demitido por Ibaneis Rocha, Eumar Novacki. Os procuradores vetaram. O ex-militar não teve sucesso na área jurídica e queria voltar ao serviço público. Gonet escolheu Carlos Mazzoco, secretário de Concursos do MPF.

O plano de Lula e Pacheco

Rodrigo Pacheco (PSD) só não será candidato ao Governo de Minas Gerais se não quiser. O presidente do Senado tem aval para articular do controlador do partido, Gilberto Kassab, e do presidente Lula da Silva. Foi Lula quem deu o pontapé, ao sugerir o plano ao convidado na viagem para a China no 1º semestre. “Você poderia ser o meu candidato ao Governo em Minas”, provocou o presidente da República. Lisongeado, Pacheco rebateu com outra provocação: “Posso ser, mas teremos um problema. Se eu começar a falar do STF em público, corro o risco de ser candidato a presidente”. Lula retorquiu: “Lá na frente eu resolvo isso”. Fato é que o senador mira o Supremo nas críticas, no apoio à PEC que limita poderes de decisões monocráticas, e já fala em mandato de 15 anos para os togados. Pacheco tem pesquisas que indicam apoio do eleitor de centro-direita por essas posições. Tira votos de qualquer nome apoiado pelo governador Romeu Zema (Novo), desafeto de Lula.

Lula da Silva provoca Pacheco a ser candidato dele em Minas Gerais para tirar do caminho qualquer nome de centro-direita apoiado por Romeu Zema

Uma ferida pessoal para os Safra

Eis um trecho da biografia de Edmond Safra, já falecido. O livro chama A jornada de um banqueiro, e foi escrito por Daniel Gross. Explica o porquê de o Banco Safra contrariar outros bancos e recusar o plano oferecido pela devedora Americanas. Está no gene da instituição secular: “A maneira americana de fazer empréstimos – para estranhos, com base em fórmulas, sem garantias pessoais – era completamente estranha para ele. Toda vez que havia uma perda (…) Edmond perguntava: “Você olhou o sujeito nos olhos? Sentou-se com ele? (…) Para os grandes bancos, as perdas eram simplesmente parte do negócio. Para Edmond, cada uma delas era uma ferida pessoal”.

Delação de Funaro foi para o espaço

Divulgação

A delação do doleiro Lúcio Funaro foi anulada pelo ministro do STF Edson Fachin mês passado, contam fontes  do Judiciário. Em março, a Procuradoria Geral da República e o MP entraram com o pedido junto ao gabinete do juiz. O processo corre em sigilo. Desde então, a defesa de Funaro tentou insistentemente medidas procrastinatórias, sem sucesso. O próximo passo é “enquadrar” o delator, sob risco de ele voltar à cadeia. Essa medida muda o jogo para Eduardo Cunha, um dos principais prejudicados pela delação e já abolvido. Porque abre caminho para ele processar a União. É outra derrota da Operação Lava Jato.

Padilha do outro lado da praça

Valter Campanato/Agência Brasil

Quem o visita sai com a impressão de que o ministro Alexandre Padilha, da articulação do Palácio, quer descer à planície. Deputado federal eleito, ele almeja ser o Líder do Governo na Câmara no lugar de José Guimarães (PT-CE). Padilha alega “cansaço” como ministro das relações institucionais e quer se credenciar junto aos prefeitos para o Senado ou Governo de São Paulo. Seu plano B é o Planejamento, se o presidente Lula da Silva indicar Simone Tebet para o Ministério da Justiça. Neste caso, Padilha concorreria com Miriam Belchior, outra carta na mesa como coringa na Esplanada.

Pá de cal no Museu da Democracia?

O Ministério da Cultura propôs no Orçamento R$ 30 milhões para a construção do Museu da Democracia – a fim de lembrar que a baderna criminosa do 8 de janeiro não se repetirá –, mas o relator do PL nº 29/23, senador Beto Faro (PT-PA), jogou pá de cal no plano. Baixou para R$ 1,97 milhão.

Assédio na Embrapa

A Embrapa investiga três denúncias de assédio sexual em unidades no Sudeste e Centro-Oeste em 2023. Todas admitidas pela Comissão Permanente de Prevenção e Combate ao Assédio Moral da estatal. Uma delas já na fase de punição ao servidor. A empresa também registrou 22 denúncias de assédio moral este ano em diferentes filiais no País.

O espírito natalino

A economia deu sinais de aquecimento mas o brasileiro continua cauteloso com o bolso. Uma pesquisa nacional da Ticket indica que 7% dos entrevistados não vão dar qualquer presente de Natal, e 42% deles compram, mas dependem do orçamento. O amigo secreto é aprovado por 62% dos brasileiros; 23% não gostam da brincadeira.

Nos bastidores

Será o Michelzinho?
No perfil do ex-presidente Michel Temer (@micheltemer), no Instagram, o link na bio cai na página do “Sticker.ly”, aplicativo usado para criar figurinhas de WhatsApp.

Nova chaga da cidade
A Prefeitura do Rio de Janeiro derrubou 3 mil imóveis ilegais desde 2022. Foram R$ 500 milhões de prejuízo para milícias e construtores ilícitos. E não são pequenas casas. São prédios de até 6 andares.

Alô, rede bancária
Todo verão os turistas de Trancoso, famoso balneário internacional da Bahia, sofrem com ausência de bancos para saque. Só há uma agência, de um privado. E três caixas Bancos 24Horas – porém dois deles dentro de comércios que fecham às 19h.

Cevada & mandioca

A cerveja artesanal ganha destaque com viés social. Premiada como a melhor cerveja do Brasil neste setor, a Colombina, de Goiânia, vai lançar uma à base de mandioca. Um fomento à agricultura familiar.