Reforma ministerial: quem vai cair da cadeira

Crédito:  Gabriela Biló; Mathilde Missioneir;

Lewandowski (Justiça), Gleisi (Casa Civil) e Rui (Petrobras): mudanças à vista (Crédito: Gabriela Biló; Mathilde Missioneir;)

Por Germano Oliveira
Colaborou: Marcos Strecker

O governo deve começar o ano com um novo ministério. Vai iniciar com a mudança no Ministério da Justiça por conta de Flávio Dino ter sido indicado para o STF. Lula chegou a pensar em colocar Gleisi Hoffmann na pasta, mas ela não mostrou grande interesse pela vaga. O que ela quer é a Casa Civil, cargo que já ocupou no governo Dilma. Para a Justiça, deve ir mesmo Ricardo Lewandowski, o ex-presidente do STF. Ele domina bem o Poder Judiciário e será uma espécie de ponte com o Supremo e demais tribunais. De segurança pública ele não entende muito, mas, nesse caso, o petista pode retomar sua ideia de dividir o ministério em dois e recriar o setor que cuide da insegurança que domina o País. Se Gleisi emplacar na Casa Civil, Rui Costa será deslocado para a Petrobras.

Outros

Além dessas figurinhas carimbadas, outros ministros de menor expressão também estão cotados para cair. Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) deve ser candidata a prefeita de Olinda. Marcio Macedo (Secretaria-Geral) pode disputar a prefeitura de Aracaju. José Múcio (Defesa) disse que queria ficar só um ano no governo e esse tempo já deu.

Vai tarde

E tem um deles que poucos sabem por que Lula ainda não demitiu. Trata-se de Juscelino Filho (Comunicações). Ele está enrolado em uma série de irregularidades denunciadas pela imprensa e só não caiu até agora porque é ligado ao senador Davi Alcolumbre, que tem costas quentes junto ao presidente, e só vai ser mudado se o senador concordar.

Mais dinheiro para as eleições

(Vanessa Carvalho)

Ao defender a austeridade nos gastos públicos, Haddad tem apanhado dos petistas que desejam mais dinheiro do Orçamento visando ao governo ter maiores recursos em caixa para o PT vencer as eleições de 2024. No congresso do último final de semana, a presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, criticou a meta de déficit zero, enquanto o ministro defendeu rigoroso controle de gastos. Lula está com os gastadores.

Rápidas

Os congressistas continuam vorazes. Puxada pelas articulações de Lira, a Câmara vai “carimbar” mais R$ 11,3 bilhões para emendas de comissão. Como o Congresso já tinha uma reserva de R$ 37,6 bilhões em emendas individuais, o Parlamento passa a manipular R$ 50 bilhões.

Na última reunião do Copom esta semana, o Banco Central reduziu a Selic em mais 0,5 ponto percentual (11,75%). Resta saber agora se a instituição vai baixar a taxa para 9,25% até o final de 2024 conforme prometido.

Pressionado por investigações que o envolvem por compra de votos, André Fufuca (Esporte) procura dar um verniz popular: acaba de nomear os jogadores Washington Coração Valente e o lateral Athirson para compor sua equipe.

O Stop Hunger, causa apoiada pelo Grupo Sodexo, lançou campanha de final de ano para apoiar o G10 Favelas, que objetiva arrecadar fundos que serão destinados à compra de alimentos para os menos favorecidos.

Retrato falado

Janja da Silva: “O inominável está inelegível, e se tudo der certo, logo ele vai estar preso” (Crédito:Divulgação)

Janja da Silva foi protagonista do Congresso Nacional do PT realizado no último final de semana, em Brasília. Ao participar de uma das mesas de debate do encontro, a primeira-dama afirmou que os membros de seu partido devem deixar de usar o termo bolsonarismo. “O inominável está inelegível, e se tudo der certo, logo ele vai estar preso.” Janja defendeu ainda maior participação das mulheres no governo, apesar de Lula ter demitido duas ministras (Turismo e Esporte).

Prejuízos ao agro

Tudo eram flores no agronegócio brasileiro. No ano passado e neste ano, o Brasil ostentou supersafras com colheitas em torno de 320 milhões de toneladas de grãos. Por conta disso, o PIB cresceu em 2022 e 2023. Os agricultores ganharam bastante dinheiro e o governo encheu os cofres com os recursos advindos do campo. Mas no final deste ano, tudo indica que não repetiremos o sucesso das duas últimas produções agrícolas, muito por conta dos problemas climáticos. Moral da história, o Ministério da Agricultura está prevendo para o ano que vem uma safra de grãos da ordem de 312,3 milhões de toneladas, ou 2,4% inferior à deste ano, estimada em 319,9 milhões.

El Niño

Desta vez, os problemas estão sendo provocados pelo El Niño, que tem criado instabilidades climáticas no País. Houve ondas de calor extremo em algumas regiões e excesso de chuvas em outras. Onde houve sol escaldante, o calor prejudicou a formação dos grãos e onde choveu demais, as águas inundaram lavouras.

PSDB paz e amor

Ao contrário da direção de seu partido, que pretende ser oposição a Lula, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), disse em entrevista à Folha no domingo, 10, que tem uma relação consistente com o presidente e pede que os tucanos fiquem independentes em relação do governo federal. Ou seja, nem contra e nem a favor. Nega que sairá do PSDB.

(Pedro Ladeira)

Grandes desafios

A governadora fez um balanço do primeiro ano de seu governo e disse que o pior momento foi a virada do ano. “Pegamos um governo devedor e quitamos mais de R$ 1,6 bilhão em débitos na entrada do ano. Passamos o ano inteiro arrumando a casa, buscando mais recursos e redefinindo estratégias para iniciar um processo de aceleração no ano que vem.”

Negócios com los hermanos

(Divulgação)

O prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, aproveitou a viagem à Argentina para a posse de Javier Milei para fazer contatos que tragam mais recursos para a sua cidade. Afinal, grande parte da produção de automóveis, caminhões e ônibus do ABC é exportada para os argentinos. De quebra, Morando se reuniu com Jorge Macri, prefeito de Buenos Aires.

Toma lá dá cá: Kim Kataguiri, deputado federal pelo União-SP

Kim Kataguiri, do União-SP (Crédito:Divulgação)

Por que o senhor propõe o aumento de penas para os crimes de furto e roubo?
Nos últimos anos, presenciamos grande aumento na ocorrência desses dois crimes. É necessário um endurecimento das penas para combater a impunidade.

Para roubo, as penas vão de 6 a 10 anos, enquanto que para furto as penas vão de 2 a 6 anos. São penas duras?
São penas justas. Quem suporta uma penalidade injusta é o cidadão mais pobre que divide um celular em 20 vezes e é roubado.

Por que quando os furtos são de cabos de energia as penas são maiores?
São serviços essenciais. Além do roubo de cabeamento resultar em grande prejuízo para as empresas, afeta a atividade produtiva e as residências de toda a população.