Um novo nome da direita

Crédito: Sergio Lima / AFP

Roberto Campos Neto diz que não quer, mas “parentes” insistem (Crédito: Sergio Lima / AFP)

Por Germano Oliveira, Marcos Strecker e Vasconcelo Quadros

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, tem repetido que não entrará na política. Mas tem gente na direita que não acredita muito nisso e enxerga o neto no mesmo caminho do avô, o economista Roberto Campos, ministro do Planejamento que, com o fim regime militar, migrou para o Congresso. “Ele é, sim, um presidenciável. Inteligente, jovem, boa aparência, conhece a economia do País e tem a simpatia de Bolsonaro, que está inelegível, mas que será um grande cabo eleitoral. Campos Neto é um quadro de renovação e está à altura da disputa”, diz seu parente distante, o deputado Júlio Campos (União Brasil-MT), ex-governador que, em 1982, atendendo pedido do ex-ditador Ernesto Geisel, deu a Roberto Campos os votos que ele precisava para se eleger senador pelo PDS do Mato Grosso.

PIX

Ele acha que Campos Neto tem na bagagem feitos que poderiam ser convertidos em votos: conquistou a autonomia do BC, deu à autarquia projeção internacional com a conquista de melhor banco central do mundo desde 2020 e, o principal, é o criador, entre outras coisas, do Pix, o aplicativo de pagamento instantâneo que caiu nas graças da população.

Raposas

Velha raposa da política, Júlio Campos avalia que em 2026 o caminho da direita está aberto. “Tarcísio terá uma reeleição tranquila e o Zema não tem chance de emplacar numa disputa presidencial.” Para o deputado, o nome do presidente do BC pode ser lançado por sua família. “Somos eu, meu irmão Jaime (senador do União Brasil) e muitos primos.”

Ministro trapalhão

(Zanone Fraissat)

Luiz Marinho é um ministro que vive a fazer suas trapalhadas. A mais recente foi lançar uma portaria dificultando o trabalho em feriados, exatamente às vésperas do final do ano, quando o comércio mais precisa faturar. Ele já disse que o Uber e o IFood poderiam ir embora do Brasil, defendeu a volta do imposto sindical e pregou reverter a Reforma Trabalhista. Pior: pretende retomar a portaria em março.

Rápidas

A direção do STF não está preocupada com a derrubada da PEC que limita as decisões monocráticas. Lira já prometeu que não colocará a medida em votação tão cedo. Gilmar Mendes lembra, afinal, que ele suspendeu a investigação sobre os contratos do kit robótica.

Ao contrário da postura adotada em relação a Zanin, deixando sua indicação na geladeira por meses, desta vez Alcolumbre, presidente da CCJ, foi rápido: marcou a sabatina de Flávio Dino para o próximo dia 13.

Lula conseguiu a pacificação no STF de forma bastante célere. Os nomes de Flávio Dino (STF) e Paulo Gonet (PGR) foram indicados ao presidente pelos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Clima de paz volta a reinar.

O Lide, fundado pelo ex-governador João Doria, inaugurou, nesta sexta-feira, 1, a sua 22ª unidade nacional, em João Pessoa. Comandada por Gabriel Galvão, a unidade paraibana amplia a presença da entidade no Nordeste.

Retrato falado

Gilmar Mendes: “Essa Casa não é composta por covardes e nem medrosos” (Crédito:Andre Ribeiro)

Gilmar Mendes foi o mais contundente ministro do STF em reação à aprovação da PEC que limita a atuação dos magistrados quanto às decisões monocráticas, batendo pesado nos senadores que votaram a favor da medida que irritou a Corte. Ele chegou a se referir aos parlamentares como “pigmeus morais”. Um dia depois da equivocada votação, o decano chegou a qualificar a vitória dos congressistas como retaliação a recentes julgamentos, afirmando que o tribunal não se intimidará.

Guinada a direita

Rodrigo Pacheco até que começou bem. Surgiu no cenário nacional como um bom senador, sensato, mostrando-se até progressista. Foi com esse perfil moderado que se elegeu presidente do Senado. Logo, veio a ser cotado como presidenciável, mas preferiu desistir do projeto que lhe era oferecido para obter mais um mandato à frente da Câmara Alta. Nesse posto, contribuiu para que o Senado não aderisse aos arroubos golpistas de Bolsonaro e até impediu que prosperassem pedidos de impeachment de ministros do STF. Mas foi só mudar seu foco, voltando-se para o governo de Minas Gerais, para o qual conta com o apoio da direita bolsonarista, que mudou radicalmente.

Jogo duplo

Pacheco pensa apenas em eleger Davi Alcolumbre como sucessor e prepara sua candidatura ao governo de Minas. Para isso, deseja um milagre eleitoral. Além de contar com os votos da direita, espera ter o apoio também de Lula, que está lhe prometendo ajuda para sanear as contas do quebrado estado mineiro.

Paes une de Lula a Kassab

A um ano das eleições municipais, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD) (foto abaixo), larga com extrema vantagem em relação aos demais candidatos. Seu projeto de reeleição contará com um enorme arco de alianças, que vai do PT de Lula ao PSD de Gilberto Kassab. Para atrair os petistas, Paes negocia a filiação de Felipe Santa Cruz ao PT para ser seu vice.

(Mauro Pimentel)

Aliança ampla

A negociação entre os petistas e Paes está sendo encabeçada por Washington Quaquá, vice-presidente nacional do PT, que já convidou Santa Cruz para deixar o PSD e se filiar ao partido, com o aval de Lula. O grupo tenta atrair a esquerda do PSOL, PSB, PCdoB e PDT, mas esbarra no deputado Tarcísio Motta, que já lançou sua candidatura pelo PSOL.

Produção sustentável em MG

(Divulgação)

Flávio Roscoe, presidente da Fiemg, está em Dubai para participar da COP-28 com uma tarefa difícil: mostrar que as mineradoras instaladas em MG são responsáveis pela preservação ambiental das áreas que operam. Apesar dos desastres ambientais, Roscoe apresentará dados revelando que para cada um hectare usado pela atividade de mineração, oito são preservados.

Toma lá dá cá: Sérgio Sá, Leitão, ex-secretário de Cultura do Estado de São Paulo

Sérgio Sá, Leitão, ex-secretário de Cultura do Estado de São Paulo (Crédito:Gilberto Marques)

A morte de uma jovem no show da Taylor Swift pode servir para medidas que garantam maior segurança?
O poder público tem que estabelecer regras mínimas para a realização de eventos, levando em conta a segurança dos usuários, para que as tragédias sejam evitadas.

Há como reduzir o preço dos ingressos dos grandes eventos?
A economia criativa está em franca expansão, elevando sua contribuição para a geração de renda e emprego. Há, porém, entraves objetivos a serem superados, como o sistema tributário kafkiano.

Como desenvolver ainda mais a Economia Criativa?
É preciso elevar o orçamento, democratizar o fomento, diversificar as ações voltadas à economia criativa, fortalecendo a gestão por organizações