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A volta de Marta Suplicy

Popular na periferia da cidade de São Paulo, ex-prefeita é lembrada por ala do PT como nome com potencial para vice de Guilherme Boulos na disputa pela prefeitura nas eleições de 2024

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Marta Suplicy: “Ainda não é hora” de falar sobre eleições municipais (Crédito: Divulgação)

Por Gabriela Rölke

Desde 2020 sem partido — depois de curtas temporadas no MDB e no Solidariedade, e de 33 longos anos no PT —, a ex-senadora, ex-deputada federal e ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy volta aos holofotes. O seu nome é citado por um grupo de petistas formado inclusive por deputados e senadores como um quadro importante com potencial para ser vice de Guilherme Boulos (PSOL) na disputa pela prefeitura da capital paulista no ano que vem.

Isso a despeito de ter se queimado com os antigos correligionários ao votar pelo impeachment de Dilma Rousseff em 2016, quando era deputada federal pelo MDB.

Devido à sua gestão como prefeita, entre 2001 e 2004, ela segue tendo bastante popularidade na periferia. Durante sua administração, foram construídos 45 Centros Educacionais Unificados (CEUs), que ofereciam serviços e atividades extra-curriculares inclusive nos finais de semana.

Também foram instituídos os corredores de ônibus e o Bilhete Único, que permitiu aos usuários de transporte público urbano fazer diversas integrações durante determinado intervalo de tempo pagando apenas uma passagem.

Além de manter um considerável potencial eleitoral junto à parcela mais carente da população, Marta também poderia ajudar a suavizar a imagem de Boulos, visto como extremista pelo eleitorado mais ao centro por sua atuação da liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Um nome de mulher

O PT já formalizou apoio a Boulos e vai indicar o vice da chapa — procura preferencialmente uma mulher para o posto, mas o martelo só deve ser batido no início do próximo ano. Até lá, uma ala do partido espera que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assuma pessoalmente as conversas para tentar convencer Marta, com quem tem um bom relacionamento pessoal, a retornar à antiga casa.

A ex-prefeita foi procurada por Istoé para falar sobre o assunto. Não confirmou nem descartou as articulações. Por mensagem de texto, respondeu com uma única frase: “Ainda não é hora”.

Atualmente, Marta é a titular da Secretaria de Relações Internacionais do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que disputará a reeleição no ano que vem e que deve ser o principal adversário de Boulos.

O fato de ser querida nas regiões mais carentes da cidade, aliás, fez com que também fosse cogitada para o posto de vice de Nunes. Seu nome contava com a simpatia de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, mas foi descartado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo fato de ter sido do PT e por historicamente defender pautas ligadas à comunidade LGBTQIA+. Nunes espera poder contar com Bolsonaro em seu palanque no ano que vem.