Governador sob ataque

Crédito: Marcelo Aparecido Silva Camargo

Ao tentar voo próprio, Tarcísio foi repreendido por Bolsonaro (Crédito: Marcelo Aparecido Silva Camargo )

Por Germano Oliveira
Colaborou: Marcos Strecker

Como todo mundo sabe, Tarcísio de Freitas nunca foi político. No máximo, um bom administrador. Despontou no governo Dilma, se projetou na gestão Temer e se destacou na administração passada. De ministro influente, virou candidato a governador de SP com as bênçãos do capitão. Sem conhecer a região, se elegeu governador e toca o estado com a tutela do ex-presidente. Quando começou a tomar medidas de moto-próprio, Bolsonaro reclamou do pupilo. “Não, não está tudo certo (a relação entre eles). É um baita gestor, mas politicamente dá suas escorregadas.” É que o ex- mandatário não gostou de Tarcísio ter tirado foto com Haddad e de ter apoiado a Reforma Tributária. Agora, os bolsonaristas estão contra o projeto de privatização da Sabesp, a menina dos olhos do governo estadual.

Sabesp

Pau-mandado de Jair Bolsonaro, o advogado Fábio Wajngarten já se manifestou contrário à iniciativa de Tarcísio. No meio da crise que deixou São Paulo às escuras graças à incompetência da Enel, ele disse que, ao se desfazer da companhia de saneamento, o estado poderia incorrer no mesmo erro que cometeu ao abrir mão da empresa de eletricidade.

Centro

Bolsonaro reclama que Tarcísio dialoga com o governo Lula e não dá maior espaço aos bolsonaristas em seu secretariado. A rigor, o capitão só tem dois secretários no governo de SP (Guilherme Derrite, na Segurança, e Sonaira Fernandes, na Política para Mulheres). Na prática, Tarcísio estaria indo mais para o centro, afastando-se da extrema-direita.

Quando o crime compensa

(Jason Silva)

Condenado a 425 anos de cadeia por corrupção, especialmente por cobrar propinas de empreiteiras, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral está solto desde o final de 2022 e já pensa em retomar a carreira política. Está se organizando para disputar o cargo de deputado federal em 2026. Um despautério. Na verdade, ele ficou preso apenas seis anos e mesmo assim com direito a regalias nas penitenciárias cariocas.

Rápidas

A meta de déficit zero será mantida pelo menos até março, mas o governo não descarta bloquear pelo menos R$ 53 bilhões no primeiro trimestre de 2024. O duro vai ser Lula e os gastões do PT contingenciarem recursos em ano eleitoral. Até emendas precisão ser cortadas.

Não dá para entender por que Lula ainda não demitiu o ministro Juscelino Filho (Comunicações). Agora, a “Folha” revela que ele desviava verbas de emendas parlamentares com o empresário Eduardo José Barros Costa.

Lira é um verdadeiro poço sem fundo. Após ganhar a Caixa, agora está acertando com Lula retirar R$ 1,8 bilhão de quatro ministérios (Integração, Cidades, Agricultura e Saúde) e repassar o dinheiro para emendas do Centrão.

Para espanto geral no Ceará, o senador Cid Gomes pretende deixar o PDT e entrar no PT. É que ele está em conflito nada mais nada menos com seu irmão, o ex-ministro Ciro Gomes, e está sem clima para continuar no PDT.

Retrato falado: presidente Lula

Lula: “A democracia é a voz do povo, e ela deve ser sempre respeitada” (Crédito:Ricardo Stuckert / PR)

Lula foi um dos primeiros presidentes a saudar o novo presidente argentino. Se limitou a publicar uma mensagem no X, mas não telefonou para o companheiro. Possivelmente não irá à solenidade de posse no dia 10. Afinal, Bolsonaro vai com toda a pompa. O presidente brasileiro, contudo, elogiou as instituições do país. “Meus parabéns às instituições argentinas pela condução do processo eleitoral e ao povo argentino que participou da jornada eleitoral de forma ordeira e pacífica.”

Um PIB menor

Não será um “pibinho”, mas também não será um “pibão”. De acordo com os indicadores do IBC-Br, do Banco Central, e que é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto, a economia brasileira sofrerá um ligeiro esfriamento neste último trimestre e não cresceremos mais 3% em 2023, como os economistas indicavam, e sim em torno de 2,8%. Ocorre que o IBC-Br de setembro caiu 0,06% em relação a agosto. Somado ao fraco desempenho do setor de serviços, a economia neste final de ano deverá crescer menos do que o esperado. A questão é que os analistas do mercado esperavam um crescimento do IBC-Br em 0,20% em setembro, o que não se consolidou.

Divergências

Se até setembro todos convergiam para um PIB de 3%, a partir dos resultados ruins do terceiro trimestre os economistas passaram a divergir. A equipe de Haddad fala em crescimento de 3,2%, mas o BC estima alta de 2,9%, enquanto os bancos esperam valores menores (Santander tem expectativa de 2,5%).

Favas contadas

Fontes do STF dão como líquida e certa a nomeação de Paulo Gonet (foto abaixo) para o cargo de Procurador-Geral da República nos próximos dias, vencendo a batalha contra Antonio Bigonha, apoiado por petistas de alto gabarito. Indicado pelos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, Gonet foi considerado por Lula como o mais distante da Lava Jato.

(Marcelo Camargo/Agência Brasil)

STF só em fevereiro

Já o candidato do presidente para a vaga ao STF, em substituição a Rosa Weber, somente será escolhido em fevereiro, ainda de acordo com ministros do tribunal. Ou seja, só após a volta dos trabalhos forenses. O mais cotado é Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União (AGU). Dino, o candidato de Alexandre de Moraes, perdeu força nos últimos meses.

O marketing digital na Grécia

(Divulgação)

Em uma iniciativa pioneira, a plataforma de produtos digitais Kiwify acaba de realizar, na Grécia, o Kiwify Elite, que reuniu os maiores nomes do mercado digital, proporcionando conexões de alto nível e impulsionando negócios transformadores. Artur Ribas, co-fundador da plataforma (foto acima), esteve envolvido ativamente no evento, contribuindo para a promoção de parcerias estratégicas.

Toma lá dá cá: Edson Aparecido, secretário de Governo da Prefeitura de São Paulo

Edson Aparecido, da Prefeitura de São Paulo (Crédito:Divulgação)

A culpa pela lentidão na remoção das árvores que caíram em SP por causa do vendaval foi da Prefeitura ou da Enel?
Caíram 671 árvores na cidade, mas a Enel demorou para desligar a rede elétrica para que pudéssemos retirá-las.

A solução é enterrar os fios?
Fizemos parcerias com algumas associações de moradores para processos de enterramento dos fios, mas para que isso seja feito só com recursos da prefeitura nos custaria R$ 192 bilhões. Cabe à Enel arcar com esses custos.

Falta um plano de emergência para resolver tragédias como essa?
Há três anos aprovamos um projeto para podar ou substituir as 650 mil árvores da cidade, mas entidades do meio ambiente e do MP impediram que o colocássemos em operação.