Luva desenvolvida nos EUA permite tato virtual; confira
Depois dos óculos para o ambiente digital, pesquisadores anunciam uma luva sem fio para “tocar” o metaverso. Com sistema inovador, aparato tecnológico proporciona sensação realista de contato físico

Protótipo tátil em testes: usuários conseguiram sentir cada corda de um violino (Crédito: Divulgação)
Por Elba Kriss
Sentir na pele tudo o que há no metaverso já é possível. Pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, apresentaram um novo tipo de acessório que promete aprimorar a sensação de toque dentro de ambiente virtual. O aparato sem fio tem um nome complicado: luva háptica de alta resolução com conjuntos de bombas eletrosmóticas.
Seu funcionamento, no entanto, é simples: um sistema de fluidos para ativar pequenos componentes nas pontas dos dedos e assim simular a pressão de um tato real. Um avanço tecnológico, pois até o momento, o que se tinha para tal fim eram gadgets pneumáticos grandes, pesados e repletos de cabos. “Conseguimos reduzir consideravelmente o custo em comparação com outros sistemas”, diz o cientista de computação Chris Harrison, um dos cinco desenvolvedores norte-americanos responsáveis pelo produto.
A novidade alcançada pelo time resultou em um apetrecho que cabe, literalmente, na palma da mão. Sem tubos ou fios externos, a luva pesa exatamente 207 gramas, incluindo todos os componentes eletrônicos e a bateria.
Os dispositivos acoplados nas pontas dos dedos possuem meros 5 mm de espessura e conseguem mudar de forma — são 32 pontos em cada extremidade, ou seja, 160 em toda a mão que resultam em microvibrações.
A tecnologia permite detectar objetos em tamanho, formato e rigidez, como se estivéssemos tateando ou segurando algo de verdade. Em testes no ambiente virtual, foi possível até tocar um violino e “sentir” um ventilador.
Assim, a luva de realidade fluida passou com louvor em estudos que envolveram reconhecimento de texturas, como suaves e ásperos.


A depender de investidores em potencial, o uso inicial do acessório caminha para o entretenimento. Gamers estão animados, pois “serviu como uma luva” — como diz a frase popular.
No entanto, especialistas da área comentam que o progresso pode ser aprimorado para outras finalidades, como educação e treinamento.
“Estudantes poderiam ter análises sensoriais com as mãos”, sugere o professor Angelo Sebastião Zanini, do Instituto Mauá de Tecnologia. “Também vejo avanços significativos para a telemedicina pela possibilidade do exame tátil. Varejo por causa do possível toque nos itens a serem comprados, fisioterapia e qualquer outra atividade em que tatear objetos virtuais seja um dos sentidos para complementar os demais.”