O jogo do STF virou

Crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Dino já esteve bem cotado, mas hoje o nome de Lula para o STF é Jorge Messias (Crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

Por Germano Oliveira, Marcos Strecker e Mirela Luiz

Meses antes de a ministra Rosa Weber se aposentar, no final de setembro, os candidatos prediletos de Lula para a vaga deixada por ela no STF eram Flávio Dino (Justiça), Bruno Dantas (TCU), Luiz Felipe Salomão (STJ) e Jorge Messias (AGU). O tempo passou e o presidente foi empurrando a indicação com a barriga. Até vários nomes de juízas mulheres surgiram, como a esposa do cantor Chico Buarque, e magistradas negras também apareceram, mas o petista não escolheu ninguém até agora. Há dois meses o Supremo opera com um ministro a menos, suscitando a possibilidade de haver um empate de cinco a cinco – a igualdade no placar sempre é a favor do réu. Ou seja, criminosos podem ser inocentados. Fato é que, 60 dias depois da saída de Rosa, Jorge Messias corre quase sozinho.

Vetos

Juristas ligados ao Palácio do Planalto dão como certa a perspectiva de o presidente indicar Messias para avaliação preliminar do nome na CCJ presidida por Davi Alcolumbre. É aí que mora o perigo. O todo poderoso senador do Amapá, em conflito com o governo, ameaçou vetar alguns nomes, como o de Dino, mas topou outros, como o chefe da AGU.

Janja

Outros candidatos, como Salomão, indicado por Alexandre de Moraes, caíram pelo caminho. Foi o mesmo caso de Dantas, que chegou a ter a simpatia de Lula e muito respaldo dos advogados petistas. Sobre as mulheres, por mais que Janja insistisse em ter mais uma ministra no tribunal ao lado de Cármen Lúcia, a tese não vingou, e “Bessias” disparou.

Vem aí o WTC Brasília

(Divulgação)

O parque tecnológico da capital federal (Biotic) apresentou, na semana passada, o projeto do World Trade Center de Brasília. Com investimentos de R$ 728 milhões, o empreendimento começará a ser construído em janeiro. Vai estimular a economia local. “A capital federal se estabelecerá como ponto de encontro para o comércio internacional e a inovação tecnológica”, disse Gustavo Dias (foto), presidente do Biotic.

Rápidas

A direção do PSDB vai mudar. O atual presidente, Eduardo Leite, está sendo dissuadido a deixar o comando da legenda, sobretudo pelo grupo paulista, como o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando. O ex-governador Marconi Perillo (GO) pode atropelar o gaúcho.

O ministro Barroso imprime grande ritmo às viagens pelos estados. Na semana passada, esteve no Pará e na Bahia. Em Salvador, disse que há muita coisa no Brasil para mudar antes do STF. Um recado para o Senado.

Flávio Bolsonaro não se emenda. Seu sócio na loja de chocolates no Rio, o amigo Alexandre Santini, disse à Justiça do DF que o senador obteve um lucro de R$ 619 mil no empreendimento, mas nunca declarou o valor à Receita.

Os picaretas na política sempre voltam. Paulinho da Força deve retornar à Câmara depois que a Justiça Eleitoral cassou o mandato do deputado Marcelo de Lima, que deixou o Solidariedade para se filiar ao PSB-SP.

Retrato falado: Elena Landau, ex-diretora do BNDES

Elena Landau: “Que Deus tenha piedade deste País!” (Crédito:Divulgação)

Elena Landau, ex-diretora do BNDES e responsável pelas privatizações no governo de FHC, disse, em artigo no “Estadão”, que a condução da economia saiu do controle de Haddad depois da desautorização que foi lhe dada por Lula contra o controle fiscal e foi parar nas mãos de Gleisi Hoffmann (presidente do PT) e Rui Costa (Casa Civil). A dupla trabalha pela lógica invertida. Primeiro, se faz as despesas e depois se corre atrás da receita. Tudo o que Haddad não gostaria.

A sorte de Lula

O presidente sempre foi um sujeito de sorte. No primeiro governo, colocou Henrique Meirelles para dar sequência às medidas bem-sucedidas do governo FHC e a economia caminhou bem. No segundo governo, o petista foi beneficiado pelos bons preços das commodities no mercado internacional e o crescimento econômico bombou. Agora, no terceiro governo, mesmo fazendo as trapalhadas de sempre, de querer inflar os gastos públicos em detrimento do necessário corte de despesas, ele obtém sucesso no comando da economia. Os juros começaram a cair, o PIB está subindo, o dólar está estabilizado abaixo de R$ 5 e a inflação está em baixa. Os dados do IPCA de outubro são favoráveis ao governo.

Inflação em baixa

Em outubro, o IPCA subiu 0,24%, abaixo das expectativas do mercado, que eram de 0,29%. Em 12 meses, a taxa caiu de 5,2% para 4,8%. Significa que este ano a inflação deve fechar com algo em torno de 4,6%. E, para o ano que vem, a tendência de queda continua, estimada em 3,9%, inflação do mundo desenvolvido.

O avanço da BYD

Inaugurada em 2017, a BYD Energy em Campinas (SP), interior de SP, aproveita a expansão da geração de energia solar para manter investimentos elevados no Brasil. A fábrica, que produz placas fotovoltaicas e chassis de ônibus elétricos, aplicou R$ 7 milhões na construção da sua primeira usina solar e já produziu 2,3 milhões de módulos solares.

(Matheus Campos)

Não à importação

Para Marcelo Schneider, diretor institucional da BYD (foto acima), a política de incentivos às empresas nacionais é prejudicial. “Poderíamos produzir aqui no Brasil tudo o que fabricamos na China, mas o incentivo à importação ainda é mais vantajoso.” No setor de ônibus elétricos, 1.006 veículos com chassis BYD operam em estados como SP, CE, PA, PR e DF.

A inclusão dos jovens

(Divulgação)

A Fundação Dom Cabral dá continuidade aos seus projetos pioneiros na área da educação. Criou o Imagine Brasil, um centro de estudos formado para desenvolver propostas para o crescimento econômico, prosperidade ambiental e inclusão produtiva de jovens, segundo Viviane Barreto, coordenadora da iniciativa (foto acima). O grupo é integrado por especialistas como Ana Moser e Paulo Hartung.

Toma lá dá cá: Leila Barros, senadora pelo PDT-DF

Leila Barros, senadora pelo PDT-DF (Crédito:Divulgação)

A senhora quer aumentar as penas de quem comete crime de feminicídio?
Se o PL 4.230/2019 que apresentei for aprovado, haverá um aumento de 1/3 na pena de crimes cometidos contra mães com filhos de qualquer idade. Atualmente, o CP prevê o aumento da pena apenas para mães de bebês com até três anos.

Por que essa medida é importante?
Estamos tratando de um crime que deixa marcas profundas nas vidas dos filhos. Cada vez que uma mãe é vítima de feminicídio, estamos desestabilizando uma família inteira.

No caso de mães com filhos com deficiência o crime é mais grave?
Crianças com essas características têm uma dependência maior de seus cuidadores, tornando a perda da mãe extremamente desestabilizadora.