Tanure vira réu

Crédito:  Leo Pinheiro/Valor/Folhapress

Tanure é processado novamente pela CVM: 18 ações na Justiça (Crédito: Leo Pinheiro/Valor/Folhapress)

Por Germano Oliveira e Marcos Strecker

Nelson Tanure está novamente às voltas com a lei. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) acaba de abrir dois novos processos contra a Gafisa e ex-executivos por supostas irregularidades cometidas em 2019 e 2022. Entre os réus de um dos processos está Tanure, principal acionista da construtora. Em uma das ações, o empresário e os conselheiros da Gafisa são acusados de violar artigos da Lei das S/A que regulamentam aumentos de capital em empresas abertas. Segundo a área técnica da CVM, as irregularidades teriam ocorrido em 15 de abril de 2019, quando o novo conselho da empresa aprovou um aumento de capital (na época, uma ação estava em R$ 6,02), sem ter divulgado “os critérios adotados e o embasamento legal para os preços de emissão fixados para a operação”.

Acusados

Nesse processo são acusados, além de Tanure, que não é mais conselheiro – mas ainda é acionista da Gafisa –, os executivos Roberto Luz Portella, que era o presidente da companhia; e outros quatro conselheiros, que continuam no colegiado: Eduardo Laranjeira Jacome, Antônio Carlos Romanoski, Leo Julilan Simpson e Thomas Cornelius Azevedo Reichenheim.

Contumaz

Em novembro de 2019, Tanure foi multado pela CVM em R$ 130,2 milhões por abuso de poder de controle quando era acionista do estaleiro Verolme-Ishibrás. A comissão de valores constatou que houve desvio indevido de recursos por parte do empresário. Ele recebeu outras três multas por criar embaraços na fiscalização à PetroRio, que ele controlava.

Estrelas sem brilho

(Pedro Ladeira)

Braga Netto, general de quatro estrelas que foi candidato a vice de Bolsonaro e acaba de ser considerado inelegível por usar eleitoralmente os eventos de 7 de Setembro de 2022, forçará o PL a arrumar outro nome que represente a direita na disputa pela Prefeitura do Rio em 2024. O ex-capitão quer que seja o deputado Alexandre Ramagem, suspeito de espionagens ilegais na Abin. Um pior que o outro.

Retrato falado

“Para a Presidência, dinheiro bom é dinheiro gasto em obras” (Crédito:Divulgação)

Que Lula complicou a vida de Haddad na tentativa de zerar o déficit fiscal para o ano que vem ninguém mais duvida, mas o próprio presidente tem consciência de que o governo enfrentará problemas para fechar o Orçamento e viabilizar as despesas públicas em 2024. Mesmo assim, o mandatário jogou o ministro aos leões do Congresso para arrumar mais dinheiro sem cortar despesas. Preparem-se. O Brasil vai virar um canteiro de obras no ano que vem e os deputados esfregam as mãos.

Cenário favorável

As retaliações de Israel contra o Hamas em Gaza e dos russos contra os ucranianos, além da guerra fria entre os EUA e a China, trazem muitas incertezas a vários mercados internacionais, especialmente nos setores de petróleo, gás e grãos. Mas, para o Brasil, pode haver vantagens. Afinal, o conflito na Ucrânia já reduziu as produções agrícolas, elevando os preços das commodities e favorecendo o agro brasileiro. Neste ano, o País colherá uma supersafra de 317,6 milhões de toneladas de grãos, com um crescimento de 16,5% em relação ao ano anterior. O País exportará mais e aumentará as divisas. A China é o principal cliente (representa 30% do nosso mercado externo).

Petróleo em alta

A guerra no Oriente Médio, porém, já elevou o preço do barril do petróleo a quase US$ 100 e pode subir mais se o Irã entrar no embate. Nesse caso, a inflação deve crescer, e o Brasil não ficará imune. Porém, há uma contradição: a Petrobras movimentará valores maiores e o governo recolherá mais impostos.

Contra o etarismo

O Instituto J&F, que atua como um centro de educação para os negócios e é mantido pelos irmãos Wesley e Joesley Batista, atingiu, em outubro, a marca de 50% de professores acima dos 50 anos. Segundo Joesley (foto abaixo), a política de “zero etarismo” é uma estratégia para agregar o máximo de experiência aos alunos das escolas mantidas pela organização.

(Danilo Verpa)

Tempo integral

Todos os membros da diretoria e 25% dos colaboradores do instituto têm mais de 50 anos. “O caminho da integração empresa-escola passa por trazer cada vez mais executivos para dar aula”, disse Joesley. Para ele, a meta é que todos os presidentes de negócios do grupo sejam professores na entidade, que oferece ensino em tempo integral para 1.110 alunos.

Vai piorar?

(Gabriel Cabral)

Felipe Salto (foto) diz que o texto da Reforma Tributária produzido pelos senadores é pior do que o aprovado na Câmara. Para o economista, um dos problemas é que estão sendo criadas muitas exceções e ampliando-se demasiadamente o fundo de compensação para os estados, que já está em R$ 75 bilhões. “Essa história de quem ninguém perde é balela”, diz o sócio da corretora Warren Rena.

Toma lá dá cá: Carla Morando (PSDB-SP), relatora da CPI da Enel na Alesp

Carla Morando, da CPI da Enel na Alesp (Crédito:Divulgação)

A sra. lidera a instalação da CPI da Enel na Alesp, mas a investigação sofreu boicotes de outros deputados. Agora vai?
Acredito que agora eles comecem a dar a devida importância às atrocidades cometidas pela Enel.

Considera que ela deve ser responsabilizada pela ineficiência neste apagão?
Com certeza sim! Por muito menos o MP já teria pedido a prisão dos dirigentes da companhia.

A Enel demitiu 8 mil funcionários desde 2018. Isso motivou a morosidade no religamento da energia?
Sim. A empresa demitiu profissionais experientes e contratou poucos terceirizados para fazer os atendimentos, que, muitas vezes, precisam aguardar um efetivo treinado para resolver problemas. Ineficácia e morosidade cada vez maiores.