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Para Vinicius, com amor

Em homenagem aos seus 110 anos de nascimento, o poetinha ganha belo álbum da cantora Mariana de Moraes, sua neta

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Mariana de Moraes: repertório alegre para esquecer a pandemia (Crédito: Divulgação)

Por Felipe Machado

Após passar a infância convivendo em meio a nomes como Gal Costa, Gilberto Gil e Caetano Veloso, Mariana de Moraes só podia mesmo ser cantora. Em seu quinto disco, a neta de Vinicius de Moraes celebra os 110 anos do nascimento do avô e lança um tributo a sua obra. São doze faixas — número de Xangô, orixá favorito do poetinha — e um repertório inspirado em seus ídolos e amigos, de Pixinguinha a Chico Buarque, de Carlos Lyra a Baden Powell.

A homenagem começa com a capa do disco, uma cena familiar do avô e neta juntos. “Eu tinha dez anos na época dessa foto. Ele era um homem muito carinhoso, um avô delicioso. Adorava me ouvir cantar enquanto tocava violão”, lembra ela.

Em Vinicius de Mariana (Selo Sesc), a artista reuniu um time de peso no estúdio, a começar por Chico Buarque e o multi-instrumentista João Donato (1934-2023), responsável pela maior parte dos arranjos.

Há ainda participações de Mart’nália, Nina Becker e Camila Pitanga, além dos músicos Carlinhos 7 Cordas e Robertinho Silva. A gravação ocorreu durante a pandemia, no Rio de Janeiro, e a tragédia influenciou a escolha do repertório, que conta apenas com composições e parcerias de Vinicius.

Entre as canções escolhidas estão “Arrastão”, com Edu Lobo, “Maria Moita”, com Carlos Lyra, e “Eu Não Existo sem Você”, com Tom Jobim. “Procurei evitar as canções tristes, pois estávamos vivendo uma situação delicada. A solução foi buscar inspiração na cultura africana, que celebra o luto cantando e dançando”, afirma Mariana.

Chico Buarque participa

(Divulgação)

Mariana de Moraes convidou Chico Buarque para gravar “Valsinha”, parceria dele com Vinicius, mas o compositor preferiu cantar “Desalento”. “Ele alegou que já havia muitas versões daquela música”, diz a cantora. Segundo ela, Chico conta que Vinicius, amigo de seu pai, Sérgio Buarque de Holanda, foi a primeira pessoa que ele viu compor. Sua neta Clara Buarque, filha de Carlinhos Brown e Helena, também participa do disco.

Para Ler
Em A Bíblia, clássico do escritor húngaro Péter Nádas, um adolescente descobre o poder da sexualidade e de sua capacidade de ser cruel. Revela a pobreza que se abateu sobre a região sob domínio soviético no período pós-Segunda Guerra.

Para Ver

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Hypnotic – Ameaça Invisível traz no elenco o astro Ben Affleck e a brasileira Alice Braga. Dirigido por Robert Rodriguez, conta a história de um policial que investiga uma série de roubos até descobrir que têm conexão com o sumiço de sua filha.

Para ouvir

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Roberto Frejat apresenta show inédito no festival PRIO Blues & Jazz, que acontece em 27/10 no Rio de Janeiro. “Tenho esse projeto na cabeça há anos”, diz o músico. Ele divide o palco com Ivan Lins, Marina Lima e Orquestra Imperial.

FESTIVAL
Animação e quadrinhos no IED

(Cae Oliveira)

O Istituto Europeo di Design, em São Paulo, promove em 28 de outubro a 7a edição do Festival de Interações Gráficas, Design e Comunicação, evento que reúne uma ampla gama de experiências interativas e uma feira de histórias em quadrinhos. Haverá ainda palestras e workshops sobre o mercado de games e design, além de bate-papo com Fabio Yamaji, profissional conhecido há 25 anos no mercado de animação por sua técnica de Stop-Motion, e Indio San, que incorporou técnicas de Inteligência Artificial ao palco do festival The Town.

EXPOSIÇÃO
Conexão Brasil-Inglaterra

(Divulgação)

Com 42 obras dos artistas Sergio Camargo, Lygia Clark, Mira Schendel e Hélio Oiticica, foi inaugurada na Pinakotheke São Paulo a exposição Anjos com Armas. A mostra tem como ponto de partida a trajetória do crítico Guy Brett (1942-2021), um dos principais divulgadores do pós-modernismo brasileiro no exterior. O pesquisador britânico foi o responsável por mostras de grandes nomes nacionais na lendária Signals, em Londres, galeria da qual foi sócio com o filipino David Medalla. Brett promoveu a primeira exibição de Oiticica no exterior. Até 16/12.

ARTE
Todas as cores da pop art nacional

(Divulgação)

Conhecida por sua pop art de cores vibrantes, em tons pastéis ou matizes mais intensas, a artista Nina Pandolfo apresenta ao público a coleção Suplementos. A mostra reúne 15 telas e uma escultura interativa na Zipper Galeria, em São Paulo. “A exemplo das vitaminas que tomamos para repor e complementar a saúde do corpo, minha exposição propõe suprir e dialogar com outro tipo de carência para que a gente tenha uma vida melhor”, define Nina. Em cartaz até 20/12.

LIVRO
Uma pioneira do feminismo

(Jarner Palle)
Divulgação

Nascida em 1917, a dinamarquesa Tove Ditlevsen é considerada uma das pioneiras da literatura feminista. Bem antes de nomes como Annie Ernaux e Elena Ferrante, a autora já refletia sobre o embate entre sua vocação literária e o papel das mulheres exigido pela sociedade à época. Chega ao Brasil sua obra mais famosa: a autobiografia Trilogia de Copenhagen – Infância, Juventude e Dependência, publicada agora, pela primeira vez, em um único volume.