Comportamento

NASA quer construir casas na Lua

NASA planeja construir casas na Lua até 2040 por meio da tecnologia de impressão 3D. A ideia é que habitações sirvam como estação de apoio e escala para Marte

Crédito: Divulgação

Projeto Olympus: poeira lunar servirá como matéria-prima para construção de moradias no satélite natural da Terra (Crédito: Divulgação)

Por Elba Kriss

Um projeto ambicioso está entre os planos da NASA: construir casas na Lua até 2040. Erguer habitações para astronautas faz parte da missão Artemis, programa de exploração espacial da agência norte-americana. Parece ficção, mas essa espécie de vila no satélite natural da Terra ganhou até nome: Projeto Olympus. E como se dará uma obra desse porte?

A proposta é enviar uma impressora 3D para a Lua. A máquina será a responsável por imprimir as estruturas com concreto lunar. Para tal, a NASA (acrônimo de Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço) fechou contrato com a Icon, empresa com essa expertise na América do Norte.

A companhia detém um sistema robótico que já imprimiu lares populares no país. Em 2022, a firma recebeu US$ 60 milhões para desenvolver a engenharia da vila. “Para explorar outros mundos, precisamos de tecnologias inovadoras adaptadas a esses ambientes”, diz Niki Werkheiser, diretora de Missões de Tecnologia da NASA, sobre o investimento.

A Icon, então, se uniu a duas outras organizações especialistas em design e arquitetura, a SEArch+ e a Big, para o que define como “projeto que levará a ciência, engenharia, tecnologia e arquitetura a novos patamares”.

Inicialmente, a ideia do time é levantar um posto sustentável com “habitações, galpões, pistas de pouso, paredes anti-explosões e estradas”. Obviamente, com uso da impressão 3D.

“O sistema processa a poeira lunar em um material de construção forte usando apenas energia e, em seguida, imprime estruturas em 3D com ele”, explica a Icon, em comunicado.

A complexidade se dá pelos desafios que a arquitetura lunar traz. “O design precisa integrar medidas de proteção contra a radiação solar, oscilações de temperatura e ameaças de micrometeoritos, em que o projeto arquitetônico é crucial para acomodar astronautas ou colonos”, avalia Claudia Alquezar Facca, professora no Instituto Mauá de Tecnologia.

“Além da casa, a impressão 3D pode ser estendida a peças de mobiliário e outros elementos essenciais”, prossegue a também gestora do Fab Lab Mauá, espaço que trabalha com prototipação.

Para Ivan Portero, arquiteto da Universidade São Judas Tadeu, as questões referentes à habitabilidade são as que mais exigem. “Esses ambientes deverão ter controle rigoroso de eficiência energética e pressão”, sinaliza.

“É uma iniciativa inovadora, inteligente e incipiente, mas que pode dar muito certo, sim”, finaliza Portero.

Segundo a NASA, tudo isso é uma possibilidade real e está em curso. A meta é que o condomínio futurístico seja base de apoio e escala para o homem ir até Marte.

Edificação com estrutura detentora de proteção térmica, contra radiação e micrometeoritos (Crédito:Divulgação)