Resgate histórico

Crédito:  Pedro Ladeira

José Mucio coordenou as equipes da FAB que retiraram os brasileiros em risco no conflito entre Israel e Hamas (Crédito: Pedro Ladeira)

Por Germano Oliveira, Marcos Strecker e Vasconcelo Quadros

O ministro José Mucio Monteiro (Defesa) agiu com eficiência e presteza ao comandar, por orientação de Lula, a operação de resgate dos brasileiros que pediram para deixar a área de conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas. O Brasil foi o primeiro país a repatriar seus cidadãos. Dois dias após os ataques sangrentos do dia 7 de outubro ao território israelense, já chegava a Brasília o primeiro voo da Força Aérea Brasileira (FAB) transportando os primeiros 211 brasileiros vindos de Tel Aviv. Em uma semana, desembarcaram 1.137 pessoas no Brasil. A prioridade foi para famílias com crianças e idosos. Nos próximos dias, outros voos chegarão. A previsão é da repatriação de 2.700. Todos vieram de graça, enquanto os americanos e ingleses tiveram que pagar pelas passagens.

Militares

A operação de resgate esteve a cargo do comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, que colocou aviões KC-390 e KC-30 à disposição do governo, ajudando a melhorar a imagem da FAB junto à população. Afinal, no governo Bolsonaro os militares fizeram grande trapalhada para a retirada dos brasileiros na guerra da Ucrânia.

Gaza

Funcionou bem também a dobradinha dos Ministérios da Defesa e das Relações Exteriores para a retirada dos 28 brasileiros que moravam na Faixa de Gaza. Para fugir dos bombardeios, foram levados em ônibus fretado pelo Itamaraty até Rafah, na divisa com o Egito, onde aguardaram a abertura da fronteira egípcia para retornarem em segurança ao Brasil.

Em busca de um vice

A um ano das eleições para a prefeitura de São Paulo, os principais postulantes ao cargo correm em busca de apoios. Ricardo Nunes, que disputará a reeleição, tem se reunido constantemente com Bolsonaro, que tenta emplacar seu advogado Fabio Wajngarten como vice. Já o deputado Guilherme Boulos, líder nas pesquisas, terá alguém do PT na chapa. Fala-se no nome de Estela Haddad, mulher do ministro da Fazenda.

Rápidas

O ex-presidente da França Nicolas Sarkozy rasgou elogios ao presidente do STF, Luís Roberto Barroso, em evento realizado em Paris, na sexta-feira, 13. “O senhor está pronto para uma outra Presidência”, numa referência ao Planaldo. O ministro desconversou.

O FMI está prevendo que com o crescimento do PIB em 3,1% este ano (US$ 2,1 trilhões), o Brasil deverá subir uma posição no ranking das maiores economias do mundo, passando o Canadá e firmando-se em nono lugar.

A Câmara abriu licitação para comprar móveis para a piscina da residência oficial de Arthur Lira. A Casa gastará R$ 35 mil na compra de espreguiçadeiras. Em junho, abriu outra licitação para gastar R$ 100 mil em guarda-sóis.

No ano que antecede as eleições municipais, as prefeituras das 26 capitais estão acelerando investimentos em áreas que rendem mais votos. Este ano, investiram R$ 10,8 bilhões, contra os R$ 6,1 bilhões de 2022.

Retrato falado

“Conflito tem potencial enorme de causar danos” (Crédito: Michele Spatari / AFP)

Fernando Haddad disse em Marrakesh, no Marrocos, onde esteve para participar de reuniões do FMI e do Banco Mundial, que a guerra entre Israel e o Hamas tem potencial enorme de causar danos à economia global, apesar do grande esforço da diplomacia na busca de soluções para o conflito. Ele não acredita, porém, que a instabilidade afete fortemente o Brasil, pelo fato de termos uma agenda econômica que avança no Congresso, como a Reforma Tributária e o arcabouço fiscal.

Toma lá dá cá: Evandro Gussi, presidente da União da Indústria de Cana de Açúcar e Bioenergia (Unica)

Evandro Gussi, presidente da Unica

Por que a Unica foi à Indonésia apresentar o programa brasileiro da mistura de etanol na gasolina?
Há uma parte do mundo, onde vivem de 3 a 4 bilhões de pessoas, em que a descarbonização com etanol é mais eficiente, e nós temos mais de 40 anos de experiência no setor.

O uso do etanol nos veículos brasileiros pode contribuir para atingirmos a descarbonização?
Um carro rodando com 100% de etanol emite menos que um carro elétrico na Europa.

Muitos países europeus não produzirão mais carros movidos a combustível fóssil a partir de 2030. E o Brasil?
Diferente da Europa, temos uma matriz limpa, pois 30% da nossa gasolina é renovável por causa do etanol adicionado. Nossa transição precisa ser feita de forma planejada.

Petróleo em alta

O conflito no Oriente Médio já provocou uma alta de 5,68% na primeira semana de embates, elevando o preço do barril de Brent para US$ 90,89. Os especialistas acham que esse preço pode chegar rapidamente a US$ 100, com duras consequências para o custo de vida global. E, pior, se o Irã entrar na guerra de Israel contra o Hamas, o valor pode atingir até US$ 150. Afinal, os iranianos são o nono maior produtor mundial de petróleo. Esse preço é bem acima do limite preconizado pelo G7, de US$ 60 por barril, e que já havia sido superado em muito após a invasão da Ucrânia pelos russos. A Rússia é o segundo maior produtor mundial e vem sofrendo sanções dos EUA.

Efeitos no Brasil

A alta do petróleo pode até aumentar a arrecadação do governo. A Fazenda calculava que o valor médio do Brent ficaria em US$ 83,8 por barril neste ano e se a Petrobras transferir esse custo para o varejo, a arrecadação sobe, mas se a estatal segurar os preços, seu lucro cai, e a União perde.

De olho em 2026

Enquanto o PT dificilmente deixará de ter Lula como candidato à reeleição em 2026 e Bolsonaro está impedido legalmente de disputar o pleito, os grandes partidos com assento no Congresso começam a articular nomes com potencial para ocupar a Presidência. Entre eles está o PSD de Gilberto Kassab, que aposta no governador do Paraná, Ratinho Jr. (foto abaixo)

Outros nomes

Além dele, governadores dos principais estados são citados como candidatos naturais à sucessão de Lula. Tarcísio de Freitas (SP) quer ser, mas assessores o aconselham a tentar a reeleição. Romeu Zema (MG) quer o legado de Bolsonaro, embora tenha feito muitas trapalhadas. Cláudio Castro (RJ) sonha com isso, mas a insegurança no Rio não ajuda.

Negócios da China

(Divulgação)

João Doria se reuniu com o embaixador chinês no Brasil, Zhu Qingqiao, para tratar dos detalhes do Brazil China Meeting, que será realizado pelo Lide dos dias 10 a 13 de janeiro em Shenzhen e Hong Kong, na China. O evento contará com a presença de 100 empresários e objetiva ampliar as relações bilaterais entre os dois países: os chineses são nossos maiores parceiros comerciais.