Comportamento

Luxo em alta: crescem serviços para super-ricos; confira

Marcas de alto padrão apostam em experiências que combinam bem-estar e saúde. Agradar super-ricos com vivências únicas é o negócio da vez

Crédito: Adrien Dirand/divulgação Christian Dior

Cruzeiro de duas horas por Paris (acima) e viagem grifada pelos trilhos da Escócia (abaixo): nicho evolui (Crédito: Adrien Dirand/divulgação Christian Dior)

Por Elba Kriss

Serviços de bem-estar e saúde exclusivos e diferenciados como massagens para desintoxicar e até uma definida como “envelhecimento reverso”. Esse foi o chamariz do iate-spa da Dior que circulou por Paris, na França, até setembro.

A embarcação atraiu um seleto grupo para passeios de duas horas ao custo de R$ 3.600. “Um cruzeiro único”, dizia o anúncio. A estratégia foi uma ação de marketing do conglomerado LVMH (Louis Vuitton Moët Hennessy), dono da grife francesa.

A referência em beleza também migrou para os trilhos. Em abril, anunciou instalação similar dentro do trem Belmond Royal Scotsman, na Escócia. De procedimento facial rejuvenescedor a massagem energizante com uso de pedras semipreciosas, a vivência pelos vagões agradou: a temporada de 2024 do Dior Spa Royal Scotsman está disponível por valores que podem superar R$ 190 mil.

“Atualmente, mesmo com todas as diferenças sociais e culturais, a questão do luxo ainda é relevante. Ainda aparece como característica da sociedade e do próprio indivíduo, que é a percepção de se sentir exclusivo e diferente”
José Maurício Conrado, professor de Publicidade e Propaganda da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

O professor prossegue: “O setor do luxo não mostra sinais de decréscimo”. De fato está em alta.

Nos Estados Unidos, a gigante da beleza La Mer, do grupo Estée Lauder, potencializou seu serviço de consultoria personalizada. Partiu das lojas para atendimento igualmente fora do convencional em resorts, o que aumentou as vendas em 30%.

Opções exclusivas atraem clientes e dinheiro. “Recentemente, a LVMH se tornou uma das dez empresas mais valiosas do mundo. A companhia investe em diversas áreas como bebidas, joalherias, relógios e moda. É bem verdade que moda ainda é 48% de seu faturamento, segundo dados da FourWeekMBA, mas sem o mix de produtos tal valor de mercado não seria possível”, avalia Gabriel Lira, cofundador do Gruv, empresa que conecta criadores de conteúdo e experiências de marca.

Não à toa, o nicho evolui. A recente novidade para os super-ricos são os condomínios inspirados em carros de alto nível: já é possível comprar um imóvel Porsche ou Bentley nos EUA.

(Divulgação)