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Strada vira turboflex, e ganha uma injeção de ânimo

Para combater a Montana e se manter na liderança, a Fiat Strada ganha o propulsor turbinado do Pulse e do Fastback, mais equipamentos e um visual renoado

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Strada: a primeira “picapinha” turboflex do mercado (Crédito: Divulgação)

Por Rafael Poci Déa

Desde 1996, a Strada vem fazendo história e inovando o setor. Nascida na plataforma 178 como a substituta do Fiorino Pick-Up, ao longo dos anos ofereceu versões com cabine simples, estendida e dupla (de três ou quatro portas). E ainda teve diversas motorizações, do 1.5 Fiasa ao 1.8 Powertrain, até enfim chegar ao atual 1.3 Firefly. Agora, começa um novo capítulo nesta história: a Strada é a primeira “picapinha” turboflex do mercado.

O novo conjunto de motor 1.0 tricilíndrico e câmbio continuamente variável (CVT) com sete marchas simuladas é o mesmo usado no Pulse e no Fastback.

Equipa a já conhecida versão Ranch e a inédita Ultra das fotos – a nomenclatura vem da “irmã” Toro –, ambas vendidas por R$ 132.990, além da edição especial “25 Edizione”, de R$ 135.990, limitada a 1.025 unidades. Serve como contra-ataque à terceira geração da Chevrolet Montana, que chegou bem “crescida”.

Na Strada, esse conjunto mecânico aparece com 130 cv de potência e 200 Nm (20,4 kgfm) de torque (etanol). São 23 cv e
66 Nm (6,7 kgfm) a mais que no (fraco) 1.3 Firefly das opções Freedom, Volcano e Endurance (a última deixou de usar o 1.4 Fire).

O novo motor permite ganhar e retomar a velocidade rápido, sem exigir tanto do pedal do acelerador. A pressão de trabalho tem pico de 1.8 bar e o turbo lag (o tempo até o turbo “encher”) é baixo.

Já o câmbio ganhou uma calibração específica e atua de forma mais direta que no Pulse. Em boa parte do tempo, a picape trabalha na faixa de 1.500 rpm, com suavidade de condução e conforto acústico, embora os pneus ATR 205/55 R16, dependendo do piso, emitam um tanto a mais de ruído. Nada que a desabone, porém.

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A simplicidade do projeto é (bem) “disfarçada” com o uso de couro e itens de tecnologia, como a ótima central multimídia, e explica, em parte, o enorme sucesso da picapinha (Crédito:Divulgação)
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Também houve uma pequena mudança no peso, que vai de 1.215 quilos na Volcano AT a 1.251 na Ultra, resultando em uma relação peso-potência de bons 9,62 kg/cv.

O desempenho mais forte exigiu a adequação do sistema de frenagem, que tem discos ventilados dianteiros de 284 mm, ante 257 mm das versões com os motores naturalmente aspirados.

A vibração produzida pelo três cilindros é mínima, principalmente na marcha lenta. E quem quiser uma dose extra de esportividade pode trocar sequencialmente as marchas, tanto utilizando as aletas junto ao volante quanto a própria alavanca seletora de marchas.

A rival Montana 1.2 entrega mais potência e torque (133 cv e 210 Nm), mas as suspensões da Strada, com MacPherson na frente e eixo rígido atrás, tem um melhor equilíbrio entre conforto e robustez.

Além disso, a picape da Fiat tem melhores ângulos de entrada (23º) e de saída (29º), além de um maior vão livre do solo (18,5 cm) – na Montana são 20º, 25º e 18,4 cm, respectivamente.

E se a caçamba é primordial em uma picape, a Strada cabine dupla se sai bem: leva 844 litros ou 650 quilos. Nas versões Cabine Plus (estendida), a capacidade sobe a 1.354 litros ou 720 quilos.

A estreia da nova motorização deve agradar principalmente a quem usa a picape na estrada, onde a versão aspirada fica devendo.

Somada à acertada revisão estética das versões mais caras e à introdução de itens de conforto e conveniência, como carregador por indução, ar-condicionado automático digital e conectividade Apple CarPlay e Android Auto sem fio, deve ajudar a Strada a seguir na liderança do segmento. Uma posição que ocupa há muitos anos, aliás.

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Fiat Strada Ultra Turbo 200 CVT

Preço Básico R$ 100.990
Carro avaliado R$ 132.990

Motor: três cilindros em linha 1.0, 12V, comando de válvulas eletrohidráulico (Multiair III), turbo, injeção direta
Cilindrada: 999 cm³ C
Combustível: flex
Potência: 125 cv (g) e 130 cv a 5.750 rpm (e)
Torque: 200 Nm a 1.750 rpm (g/e)
Câmbio: automático sequencial, continuamente variável (CVT), sete marchas simuladas
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d)e eixo rígido (t) Freios: discos ventilados (d) e tambores (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,448 m (c), 1,732 m (l), 1,601 m (a)
Entre-eixos: 2,737 m
Pneus: 205/55 R16
Caçamba: 844 litros ou 650 quilos
Tanque: 55 litros
Peso: 1.251 kg
0-100 km/h: 9s8 (g) e 9s5 (e)
Velocidade máxima: 178 km/h (g) e 180 km/h (e)
Consumo cidade: 12,1 km/l (g) e 8,3 km/l (e)
Consumo estrada: 13,2 km/l (g) e 9,4 km/l (e)
Emissão de CO2: 102g/km* com etanol = 0 g/km
Consumo nota b*
Nota do Inmetro: B*
Classificação na categoria: B*