Cultura

Meio século de um clássico do Soul

Crédito: Singers Room

'Let’s Get it On', de Marvin Gaye: toques de jazz e fuga do pop convencional (Crédito: Singers Room)

Por Felipe Machado

Considerado um dos maiores artistas da história da soul music, Marvin Gaye foi o grande responsável pelo sucesso inicial da gravadora Motown, no começo dos anos 1960. Seu álbum mais famoso, Let’s Get it On, um dos grandes clássicos do gênero, celebra em 2023 meio século de seu lançamento. Para homenagear a ocasião, chega ao streaming uma edição comemorativa com faixas inéditas e versões alternativas das canções.

Apresenta uma série de intepretações de voz diferentes da que prevaleceu no disco conhecido. Elas reforçam a ideia de que Gaye, à época, desejava se apresentar como uma espécie de Frank Sinatra da música negra.

A edição de aniversário traz 33 músicas a mais, sendo 18 inéditas. Entre elas, o grande destaque serão as sessões de gravação que tiveram a participação do ícone do jazz Herbie Hancock ao piano. Gaye já havia estabelecido sua reputação como um cantor de sucesso, mas esse álbum marcou uma mudança notável em sua carreira.

Ele se afastou das baladas pop mais convencionais para abraçar um som mais sensual e ousado. O impacto de Let’s Get It On inspirou inúmeros artistas ao longo das décadas, chegando a nomes contemporâneos como D’Angelo, Maxwell e Justin Timberlake.

Muito além de ser apenas uma coleção de canções, o disco é uma celebração da intimidade humana, da paixão e do amor. A nova versão ampliada será uma trilha sonora ainda maior para o romance — e sua influência vai perdurar por muitas gerações.

O “novo” Dark Side of the Moon

(Divulgação)

Alguns vão considerar um sacrilégio; outros, verão como uma criativa releitura. Para Roger Waters, no entanto, é apenas mais uma oportunidade de ser controverso. Com o intuito de celebrar 50 anos do lançamento de The Dark Side of the Moon, o álbum mais famoso do Pink Floyd, o ex-líder da banda regravou o disco inteiro sem os vocais de David Gilmour, guitarrista e ex-companheiro de banda com quem se desentende há anos.

Para Ler


Eleito um dos melhores livros do ano pela crítica norte-americana, O Último Homem Branco é inspirado em  A Metamorfose, de Franz Kafka: um dia, Anders, o protagonista, amanhece com a pele escurecida. O autor paquistanês Mohsin Hamid já foi traduzido para mais de trinta idiomas.

Para Ver

(Marie Genin/Netflix)

O longa ficcional Tapie (Netflix) retrata o destino de uma das figuras mais icônicas e controversas da França. A minissérie acompanha a ascensão e queda do magnata e político interpretado por Laurent Lafitte.

Para ouvir

(Divulgação)

O pianista e compositor Chico Adnet lança seu quarto álbum. Triste contou com duas orquestras, uma no Rio de Janeiro e outra em Tallin, na Estônia. O disco tem onze faixas inéditas e uma versão de “Feuillet D’album”, do russo Alexander Scriabin.

Teatro

Porta dos Fundos no palco

(Daniel Barboza)

Com direção de Barbara Duvivier, integrantes do Porta dos Fundos apresentam uma proposta bastante original: o espetáculo Portátil, baseado no conceito do improviso, estreia no Teatro Liberdade, em São Paulo. A peça é criada inteiramente ao vivo, a partir de entrevistas realizadas de forma aleatória com a plateia. A narrativa é elaborada a partir das respostas do público. No elenco estão Gregório Duvivier e João Vicente de Castro, membros do grupo humorístico, além dos atores convidados Luciana Paes e Rafael Queiroga.

Musical

Um conto de fadas moderno

(Divulgação)

Sucesso das telas nos anos 1990 com Julian Roberts e Richard Gere, Uma Linda Mulher chega, em versão brasileira, ao palco do Teatro Santander, em São Paulo. Os protagonistas desse conto de fadas moderno são Thais Piza, no papel de Vivian Ward, e Jarbas Homem de Mello, como Edward Lewis. “Quero que as pessoas deixem o teatro e sigam atrás de seus sonhos”, afirma a atriz. O espetáculo conta ainda com um elenco de 25 atores-cantores, cenografias originais e uma orquestra formada por dez músicos. Dirigido por Fred Hanson e Jorge de Godoy.

Cinema

Matriarca de personalidade forte

(Divulgação)

O longa Pérola, segundo filme de Murilo Benício como diretor, é baseado na peça homônima do dramaturgo Mauro Rasi. Inspirada em sua história pessoal, a peça lotou teatros no início dos anos 2000 com a história de uma matriarca de personalidade forte que tenta controlar o filho. Nos papéis principais estão Drica Moraes e Leonardo Fernandes. De acordo com Benício, “é um filme com o qual qualquer pessoa consegue se relacionar. Fala da família, do amor e da vida”.

Ópera

Festa para o Theatro Municipal

(Stig de Lavor)

O Theatro Municipal de São Paulo celebra 112 anos de existência com três óperas na programação. A primeira delas, Isolda/Tristão (foto), tem libreto de Clarice Assad e Márcia Zanelatto e direção musical de Alessandro Sangiorgi. O enredo de Ainadamar, composta pelo argentino Osvaldo Golijov, foi inspirado na amizade da atriz catalã Margarita Xirgu com o poeta espanhol Federico García Lorca. O ciclo termina com Ópera Fora da Caixa, que será encenada na cúpula do teatro.