Independência de Lula

Crédito:  Lucas Leffa

Ministro Paulo Pimenta, da Secom: menos canhão enferrujado, mais Gripen (Crédito: Lucas Leffa)

Por Germano Oliveira

Colaboraram Marcos Strecker e Samuel Nunes

Neste 7 de Setembro, o Brasil completa 201 anos de independência e esta será uma data a ser comemorada, pela primeira vez, de forma diferenciada pelo atual governo. Ao invés de promover um evento que até aqui era tradicionalmente dominado pelos militares, Lula vai transformar a solenidade em um grande espetáculo popular, a ser realizado na Esplanada dos Ministérios. No lugar de tanques enferrujados, soltando fumaça pelas ventas, como acontecia nos tempos de Bolsonaro, haverá um desfile com o que há de mais moderno nas Forças Armadas, como os novos caça Gripen. Segundo o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, o presidente quer tirar o caráter militarista da festa para realizar uma solenidade cívica para a população.

Militares

Em entrevista à ISTOÉ, no sábado, 26, no Guarujá, em evento do grupo Esfera, Pimenta adiantou que, além de Lula e do ministro José Múcio (Defesa), estarão no palanque os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica para reforçar a imagem de unidade e coesão das Forças Armadas em torno do presidente. “Lula quer desmilitarizar o 7 de Setembro.”

Sambódromo

O evento deste ano servirá de ensaio para 2024, quando Pimenta deve organizar uma festa que se assemelhe aos desfiles da Marquês de Sapucaí. “Pensamos em desfiles que atravessem debaixo de um grande palanque armado no meio da avenida, para que as autoridades vejam tudo de cima.” Hoje, o desfile passa e as pessoas precisam torcer o pescoço para continuar acompanhando.

O tombo de Diniz

(Claudia Mifano)

Abílio Diniz passou apuros no sábado, 26, durante seminário no Hotel Casagrande (Guarujá). Caiu ao subir ao palco, mas tudo não passou de um susto. O próprio Abílio explicou que estava com problema no joelho e que iria operá-lo neste sábado, 2. Na palestra, o show de sempre: “Os empresários precisam de mais segurança para investir”, disse ele, que tem R$ 12 bilhões na Península Participações.

Rápidas

* Arthur Maia sofre pressão de todos os lados na CPMI do 8 de Janeiro. Governistas e opositores reclamam da sua atuação à frente do colegiado. Para a relatora Eliziane Gama, falta-lhe interesse em votar requerimentos de quebra do sigilo bancário do casal Bolsonaro.

* Já a oposição reclama que o presidente da comissão mista de investigação dos atos golpistas não consegue colocar em votação requerimentos que possam apontar eventuais falhas da administração do PT de Lula.

* A badalada empresária paulistana Rachel Maia, que já foi capa da Time, prepara-se para embarcar para representar o Brasil em importante reunião na ONU. Negra, ela diz que sofreu forte discriminação por causa da cor de sua pele.

* Diversos parlamentares de centro-esquerda, como o senador Alessandro Vieira (SE) e os deputados Felipe Rigone (ES) e Tabata Amaral (SP), resolveram se unir em um só gabinete para gastar menos recursos públicos.

PAC decola

Foi realizada, na semana passada, a primeira grande privatização do governo Lula 3, como parte do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Trata-se do primeiro lote de concessão de rodovias no Paraná, estado que já teve a maior tarifa de pedágio do País. O leilão foi vencido pela Infraestrutura Brasil Holding XXI S.A, que pertence ao Grupo Pátria. O contrato prevê a duração de 30 anos, nos quais a companhia investirá ao menos R$ 13,1 bilhões nos 473 quilômetros leiloados. Há outros quatro lotes no estado que ainda devem ser vendidos. Segundo o governo, essa privatização marca o primeiro investimento privado em obras do projeto pilotado por Rui Costa.

Projeto bilionário

Conforme a ISTOÉ mostrou em primeira mão na capa da edição 2793, o novo PAC, que está sendo gestado no Planejamento de Simone Tebet e executado pela Casa Civil, deve receber investimentos de R$ 1,7 trilhão até 2026. Desse total, R$ 60 bilhões serão gastos neste ano, sobretudo em obras de infraestrutura.

Desfile em Milão

Além dos tradicionais desfiles de Milão, desta vez quem vai debutar na capital italiana da moda é o Lide de João Doria. Pela primeira vez, em 20 anos de história da entidade, o grupo realizará o Lide Brazil Conference Milan, nos dias 7 e 8 próximos: o objetivo é estimular o diálogo bilateral para atrair investimentos para o Brasil.

(Suamy Beydoun)

Pesos-pesados

Centenas de empresários brasileiros e italianos participarão do evento, como o ex-presidente Temer, os ministros Jader Filho (Cidades) e Celso Sabino (Turismo), além dos governadores Eduardo Leite (RS), Romeu Zema (MG) e Gladson Cameli (AC). Empresários ítalo-brasileiros também estarão lá, liderados por Graziano Messana (Câmara de Comércio).

A festa de São Bernardo

(Divulgação)

O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, ainda contabiliza o saldo das festividades de 470 anos do município, comemorados no último dia 20 ao lado de sua mulher, a deputada Carla Morando. Os eventos se estenderam durante o mês de agosto e contaram, inclusive, com a presença do governador Tarcísio de Freitas. A cidade tem orçamento de R$ 5 bilhões e 810 mil habitantes.

Toma lá dá cá

Entrevista com Chico Alencar, vice-líder do bloco PSOL-REDE na Câmara

Chico Alencar: pragmatismo na votação do Arcabouço (Crédito:Antonio Cruz/ Agência Brasil)

Por que o PSOL criticou o projeto do arcabouço fiscal, mas votou a favor do texto na Câmara?
Nosso acordo foi em torno de aprovar o que chamamos de redução de danos no Senado. Para nós, sempre foi mais importante enfrentarmos a péssima distribuição de renda.

O que mais o PSOL gostaria que tivesse sido retirado do arcabouço?
Queríamos também que os investimentos em ciência e tecnologia ficassem fora do teto, mas isso não passou. Apesar disso, achamos que melhorou um pouquinho o arcabouço.

Acredita que o texto da Reforma Tributária terá muitas mudanças no Senado?
Quando começar a tocar na questão do patrimônio e da renda, inclusive do Imposto de Renda, aí haverá mais resistência das elites brasileiras.

Retrato falado: Roberto Campos Neto

“O governo está na direção correta ao tentar melhorar a situação fiscal” (Crédito:Andressa Anholete)

Roberto Campos Neto disse a empresários no Guarujá no sábado, 26, que o ministro Haddad está no caminho certo ao tentar melhorar o fiscal, mas ainda é preciso fazer o dever de casa com o corte de despesas, para equilibrar as contas públicas. Segundo ele, os governos no mundo inteiro fizeram gastos enormes durante a pandemia para atender o social, inclusive o Brasil, com despesas excessivas. “Parece que o mundo acordou e em algum momento a gente tem de pagar a conta.”