O amigo do Papa
Famoso pelo gesto de se desculpar com Jesus por “perdoar demais” as confissões dos fiéis, frade capuchinho é surpresa entre os novos cardeais divulgados por Francisco
Por Carlos Eduardo Fraga
Padre Luis Pascoal Dri, um frade capuchinho argentino de 96 anos, será elevado à posição de cardeal em cerimônia no dia 30 de setembro, no Vaticano. Nascido em 17 de abril de 1927, em Federácion, uma região pobre e religiosa da província de Entre Rios, Dri conquistou o carinho, respeito e admiração do Papa Francisco quando este ainda era apenas um cardeal em Buenos Aires.
Desde sua aposentadoria, em 2007, Dri vive em um confessionário no Santuário de Nossa Senhora da Pompeia, em Buenos Aires. Sempre que o tema é confissão e acolhimento dos penitentes, o Papa Francisco menciona Dri.
Ele foi citado em pelo menos quatro ocasiões distintas:
* durante um encontro com os párocos de Roma, em 6 de março de 2014,
* na homilia da Missa de Ordenações Sacerdotais, em 11 de maio do mesmo ano,
* no livro-entrevista O Nome de Deus é Misericórdia,
* mais recentemente, durante um encontro com os padres de Roma, em São João de Latrão.
O humilde capuchinho afirma que não merece tamanha confiança demonstrada por Francisco.
Ele expressa sua gratidão, dizendo: “Tenho que agradecer muito ao Papa por essa confiança que ele depositou em mim, embora eu não a mereça. Não sou uma pessoa, um sacerdote ou um frade estudioso, não possuo nenhum doutorado ou qualificação acadêmica. Mas a vida me ensinou muito, deixou marcas em mim. Além disso, nasci em uma família muito pobre, então acredito que devo sempre ter uma palavra de misericórdia, ajuda e proximidade para aqueles que vêm até mim”.