Livro lista ‘crendices’ que autores garantem que não funcionam
Lançamento da microbiologista Natalia Pasternak e do jornalista Carlos Orsi busca desmistificar crenças populares, como a astrologia, e joga no mesmo barco a homeopatia e a acupuntura
Por Felipe Machado
Sabe aquela simpatia da sua avó que é ótima para resfriados? E a terapia alternativa sobre a qual você ouviu falar na internet e tinha certeza de que resolveria seu problema? Pois a microbiologista Natalia Pasternak e o jornalista Carlos Orsi, diretor do Instituto Questão de Ciência (IQC), têm uma má notícia para quem crê nessas soluções: elas não funcionam.
Para ampliar o conhecimento popular e reforçar o senso crítico sobre questões de ciência e saúde, eles lançam Que bobagem! – Pseudociências e Outros Absurdos que não Merecem ser Levados a Sério.
O livro é um manual contra falsas terapias, crendices e mercadores de ilusões, fenômenos que cresceram e se espalham pelas redes sociais. Ao acreditar em fórmulas milagrosas e tratamentos sem fundamento científico, pessoas podem adoecer e morrer.
Práticas baseadas em tradições são comuns há séculos. Da astrologia à acupuntura — temas que o livro contesta e que inevitavelmente suscitarão discussões —, a opção escolhida para resolver questões do cotidiano varia de pessoa para pessoa, de acordo com “o gosto” de cada um.
O que a obra prega, de maneira objetiva, é que para a ciência não importa “o gosto” do indivíduo. Ela não é mais uma entre outras lógicas, mas a única que se baseia em situações comprovadas. Os cardeais católicos se recusavam a olhar pelo telescópio de Galileu Galilei e preferiam acreditar na Bíblia, que dizia que o Sol gira em torno da Terra.
A recusa dos religiosos, no entanto, não alterou a realidade apenas porque eles seguiam uma lógica diferente.
“O livro reafirma a importância da ciência, que vem de seu compromisso fundamental de respeito à totalidade da evidência sobre qualquer questão, não importa se delicada ou polêmica.”
Microbiologista Natalia Pasternak, coautora
“Buscamos explicar ao público, de modo claro, de onde vêm as práticas e noções analisadas no livro, como são financiadas, e quais são os sistemas ideológicos e os interesses que as sustentam”, completa Orsi.
Em tempos de desinformação e fake news, publicações dessa natureza são muito bem-vindas.