Comportamento

Fortunas: como gerenciá-las, segundo os herdeiros de Soros e Berlusconi

Sucessores do poder sob holofotes mundiais, Marina Berlusconi e Alexander Soros enfrentam desafios que combinam fortunas e interesses políticos

Crédito: Paolo Bona

Braço direito do pai Silvio Berlusconi, Marina nunca teve intenção de assumir cargo político (Crédito: Paolo Bona )

Por Ana Mosquera e Carlos Eduardo Fraga 

A carreira mais desejada do mundo tem sobrenome: Berlusconi, na Itália; Soros, nos Estados Unidos. Administrar fortunas para quem nasceu em berço dourado nem é o grande desafio. Conciliar dinheiro de família com legado político, sim.

Com a morte de Silvio Berlusconi, não só a incerteza sobre a divisão das riquezas está em jogo, mas a sobrevivência do partido fundado pelo magnata e ex-premiê, o Forza Italia. Nos EUA, com a passagem de bastão do filantropo George Soros, de 92 anos, para o filho mais novo, é possível que uma parcela maior do capital familiar dite caminhos nas eleições presidenciais de 2024.

Os Berlusconi

Marina é a mais velha dos descendentes de Berlusconi e está à frente da principal empresa do grupo familiar há mais de 20 anos. Apesar de afeita às discussões políticas e de manter relação civilizada com a primeira-ministra de extrema direita Giorgia Meloni, nunca demonstrou interesse em seguir os rumos do patriarca além dos negócios.

Avaliada em mais de US$ 4 bilhões, a Fininvest tem seus cinco filhos como acionistas, cada um com 8%. Há boatos de que os 61,21% que pertenciam ao ex-primeiro-ministro serão assim divididos: metade para Marina e Píer, segundo filho, metade para os três do casamento seguinte.

Iates, vilas de luxo, um canal de televisão e um time de futebol dão corpo aos US$ 6,7 bilhões com sobrenome Berlusconi.

Silvio Berlusconi: fortuna de US$ 6,7 bilhões (Crédito:Andreas Solaro)

Os Soros

Tendo herdado do pai a veia de defesa das minorias, Alexander Soros tem 37 anos, é formado em História e preside a Open Society Foundations, que destina US$ 1,5 bilhão por ano para grupos de apoio aos direitos humanos em mais de 120 países.

A doação para políticos progressistas sempre esteve na conta dos Soros, originários do mercado financeiro, cuja organização sem fins lucrativos está cotada em US$ 25 bilhões.

Causa maior do que sustentar candidaturas de esquerda, entretanto, é impedir ascensão trumpista.

O caçula já fortalece programas de incentivo a voto entre latinos e afro-americanos e trabalha para que democratas tenham maior interação com eleitores até o pleito.

“Nossas fileiras devem ser mais patrióticas e inclusivas. O fato de alguém votar em Trump não significa que esteja perdido ou seja racista”, disse Alexander ao Wall Street Journal.

Alexander Soros: descendente do magnata George Soros (abaixo) pretende financiar campanhas contra Trump em 2024 (Crédito:Bennett Raglin)
(Sacha Goldman)

* Estagiário sob supervisão de Thales de Menezes