Coluna

É preciso defender a ciência

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Rosane Borges: "Chegou a hora de darmos um bem-vindo ao século XXI" (Crédito: Divulgação)

Por Rosane Borges

Foi realizado de 14 a 16 desse mês, em São Luís do Maranhão, o Fórum Nacional em Ciência e Tecnologia promovido pelos Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência Tecnologia e Inovação (Consecti) e Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap). O Fórum teve como objetivo promover o diálogo e estabelecer estratégias de política nacional, envolvendo o Governo Federal e outros agentes nacionais e internacionais de fomento à pesquisa e desenvolvimento científico, com destaque para a participação das embaixadas da Austrália, Itália, França e Suécia.

Em tempos marcados por uma severa retração no setor, o Fórum converteu-se em iniciativa incontornável que buscou oferecer saídas, construídas de maneira coletiva, ao ciclo vicioso que levou a pesquisa no Brasil a patamares preocupantes: em 2021, o governo Bolsonaro cortou 87% da verba para a Ciência e Tecnologia (de R$ 690 milhões para apenas R$ 89 milhões).

Em sua participação no Fórum, Inácio Arruda, secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), lembrou que “o presidente eleito em 2018 falou que ia destruir ‘o que está aí’, teve apoio e é por isso que estamos num movimento de reconstrução”. Tratou-se, efetivamente, de um encontro de concertação voltado para repactuar acordos e prospectar possibilidades de avanço, tomando experiências em curso como modelares e fortalecendo laços por meio de intercâmbios entre instituições e pessoas que são referência na área.

Um país para ser uma nação com índices de desenvolvimento humano apreciáveis tem de investir em ciência e tecnologia

Não é mais novidade que um país para ser considerado uma nação com índices de desenvolvimento humano apreciáveis tenha de investir nos aportes da ciência e tecnologia, sem os quais poderá ficar prisioneiro do atraso que relega gerações a déficits educacionais, culturais e profissionais. Ficamos também, enquanto nação, dependentes de insumos oriundos de outros países. Ainda segundo o secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do MCTI, “é inaceitável permanecermos numa dependência internacional quase colonial em relação a insumos na área da saúde”.

O Maranhão, estado do Nordeste brasileiro e integrante da Amazônia Legal, demonstrou nesses dois dias, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (FAPEMA), protagonismo importante para reposicionar o Brasil nos liames do desenvolvimento sustentável e dos marcos civilizatórios. Chegou a hora de darmos um bem-vindo ao século XXI!