Resort de cachorro
O melhor amigo do homem dispõe de lugares cada vez mais sofisticados para relaxar, realizar atividades ou, simplesmente, espairecer da cidade grande com os tutores — ou sem eles

Hora da natação no Clube de Cãompo, em Itu (SP): complexo pet (Crédito: MB pets fotografia)
Por Elba Kriss
“Surgiu a oportunidade de um curso na Inglaterra e eu precisava de um lugar para hospedar minha Labrador por três meses. Encontrei apenas hotéis em fundo de clínicas e casas com quintal, ou seja, tudo era concreto ou fechado”, narra o empresário Aldo Macellaro, 53 anos. Isso foi em 1995. No ano seguinte, ele inaugurou em Itu, interior de São Paulo, o Clube de Cãompo: um hotel fazenda para cães com 60 mil m².
Ele é veterinário, mas trabalhava com gado. Quando se deparou com a necessidade pessoal, investiu no negócio com foco no bem-estar dos bichos de estimação. Por experiência, enxergou a mudança na relação entre o homem e o melhor amigo de quatro patas. Desde então, a estância ganhou ares de resort, mercado em expansão no Brasil.
Hoje, é possível acomodar seu peludo em complexos sofisticados, com serviços exclusivos, como cardápio diferenciado, hidroginástica, circuitos para exercícios e suíte – para o pet, claro.

Obviamente, os valores variam de acordo com o glamour. Com diária a R$ 120, o Cãompo tem essas opções e mais: treinamentos de agility e de obediência.
Uma recente aposta é o day care, um dia de lazer para famílias. “A pessoa pode passar o tempo com cachorro ou o animal vem sozinho”, conta Macellaro, que oferece transporte porta a porta.
Em Itapecerica da Serra (SP), o Cãopestre Park & Hotel tem a definição de “Paraíso canino” – dado por frequentadores e assumido pelo proprietário, o veterinário José Luis Crespo de Codes.
Com 20 mil m2, tem solários, campos de recreação, playground e trilha na Mata Atlântica. O empreendimento se especializou em cães com necessidades especiais. “Temos cachorros com deficiência, como os paraplégicos, e os que necessitam de cuidados, como diabéticos e cardíacos. E asilo para os de mais idade”, diz Codes.

O empresário se aprimorou em ser o lar de quem precisa. “Temos cães residentes, que moram lá. As famílias têm perfis variados: pessoas que mudaram para apartamentos e querem espaço para o animal ou que migraram do Brasil e, num primeiro momento, hospedam o cão até levá-lo para outro país.” A acomodação tem valor médio de R$ 600 por mês.
Em Salto de Pirapora (SP), o Malabo Pet Resort é outra opção de luxo com 600 mil m2, academia, quadra poliesportiva, spa e um lago de 24 mil m2. Para os exigentes, serviço cinco estrelas: transfer de helicóptero para o pet. “Aqui os animais são convidados a um mundo novo, diferente da vida cotidiana”, resume Ana Paola Diniz, proprietária.