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Oficina celebra 65 anos no palco

Com 70 pessoas em cena, novo espetáculo marca o aniversário da companhia criada por Zé Celso Martinez Corrêa em 1958

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"Mutação de Apoteose", em cartaz no Oficina: a arte como luta política (Crédito: Divulgação)

Por Felipe Machado

O Teatro Oficina e seu criador, o diretor Zé Celso Martinez Corrêa, são entidades tão irreverentes e irrequietas da cultura brasileira que fica difícil imaginar que, em 2023, a companhia esteja comemorando 65 anos de sua fundação — é a mais longeva em atividade no País. A celebração teve início com a estreia de Mutação de Apoteose, primeira vez em que entra em cartaz um espetáculo dirigido por uma mulher.

Camila Mota, atriz e diretora do Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona — esse é o nome oficial do grupo — há mais de 25 anos, está à frente dessa peça-musical que combina elementos de Os Sertões e Odisseia Cacilda, obras encenadas pela companhia ao longo das últimas décadas. Assim como em ocasiões anteriores, essa também é uma superprodução: o elenco conta com 70 pessoas em cena.

Com dramaturgia de Cafira Zoé, Mutação de Apoteose tem trilha sonora composta especialmente para a obra por Jards Macalé, Tom Zé, José Miguel Wisnik e Chico César, entre outros.

“Essa peça celebra de forma adequada nossa trajetória de 65 anos porque coloca em cena o teatro como uma tecnologia de existência e de luta política”, afirmou Camila. “E o público tem uma importância gigantesca.” Fica em cartaz até 23 de julho na sede do Oficina, no bairro do Bexiga, em São Paulo.

Atriz e diretora Camila Mota (Crédito: Divulgação)

A atriz e diretora Camila Mota acredita que, para antever como será o futuro do Teatro Oficina, é preciso entender o seu presente.

“Estamos descobrindo que somos muitos teatros em um só. A pandemia nos obrigou a colaborar em times menores, por isso temos o desafio gigantesco de trabalhar em pequenos núcleos.”
Camila Mota, diretora

Em um dos grupos, Zé Celso Martinez Corrêa finaliza a adaptação da peça A Queda do Céu, baseada no livro homônimo do xamãDavi Kopenawa Yanomami.

Para Ler

Um dos nomes mais originais da literatura latino-americana nos últimos anos, o mexicano Juan Pablo Villalobos transita entre o complexo e o absurdo. Em A Invasão do Povo do Espírito, ele trata com humor habitual um tema dificil: a xenofobia.

Para Ver

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A série de espionagem Citadel segue quebrando recordes: o fim da primeira temporada levou a produção à marca de segunda maior audiência da história da Amazon Prime. Os novos episódios serão dirigidos por Joe Russo.

Para ouvir

(Crédito: Divulgação)

Em sua 10a edição, o festival Best of Blues and Rock recebe Tom Morello, Steve Vai e a banda Extreme. Os fãs, porém, devem lotar o Ibirapuera, em São Paulo, para ver a despedida do guitarrista Buddy Guy (foto), uma lenda do blues.

Festival
MITA faz a festa no centro de São Paulo

(Crédito: Ariel Martini)

O fim de semana será de muita música no Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo — e com destaque para duas cantoras de muita personalidade. No sábado, (3/6), o festival MITA promove, como atração principal, a norte-americana Lana Del Rey, que volta aos palcos do País após quatro anos. No domingo, é a vez de Florence + the Machine (foto), as irmãs do trio Haim e Sabrina Carpenter. Entre os nomes nacionais, os mais aguardados são o do grupo Capital Inicial e o do NX Zero, que retorna após seis anos de pausa.

Cinema
O mestre do terror volta às telas

(Crédito: Patti Perret)

Nova produção baseada em uma adaptação de Stephen King chega às telas. Dirigido por Rob Savage, o longa Boogeyman — Seu Medo é Real é inspirado em um conto do mestre do terror publicado em 1973. “King é muito bom em entender o que nos causa medo. Li essa história quando era criança e estou com ela na cabeça até hoje”, afirmou Savage à ISTOÉ. Segundo o diretor, ir ao cinema para sentir medo “conecta as pessoas”. E afirmou que King aprovou seu filme: “Ele mandou uma mensagem elogiando o trabalho de toda a equipe”.

Documentário
Um erro que chocou o Brasil

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Em 1994, os donos de um colégio em São Paulo foram acusados de abuso sexual contra crianças e condenados pela opinião pública. O episódio foi tão marcante que foi parar na tela: a série documental O Caso Escola Base, de Paulo Henrique Fontenelle, estreia no Canal Brasil em 2/6 e revela os erros cometidos na apuração dessa história. Entre os depoimentos estão os de Paula Milhin, a única proprietária da escola ainda viva, e do jornalista Boris Casoy (foto).

Exposição
Universo digital na Bienal

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O Pavilhão da Bienal, no Ibirapuera, será palco de um grande evento internacional voltado para o universo da arte digital: a NFT Brasil reunirá mais de 100 palestrantes, 150 artistas e 500 obras dedicadas à temática virtual. Cerca de 30 mil pessoas devem visitar o local entre 2 e 4 de junho para acompanhar as novidades do setor e assistir a shows dos rappers Thaíde, BNegão e do DJ Marky. Será a primeira exposição mundial de criptoarte em São Paulo.