Comportamento

Túmulos submersos na Flórida

Arqueólogos descobrem um cemitério no fundo do oceano, que fazia parte de um hospital para tratar doentes de febre amarela no século 19

Crédito: Divulgação

viagem no tempo Mergulhador nada sobre lápide no fundo do mar em Dry Tortugas; uma pedra com a inscrição “John Greer” localiza um paciente morto no hospital próximo ao cemitério; desenho do século XIX mostra a ocupação da ãrea (abaixo) (Crédito: Divulgação)

U ma equipe formada por especialistas do Serviço de Parques Nacionais dos Estados Unidos encontrou uma lápide submersa no fundo do oceano, no Parque Nacional de Dry Tortugas, na Flórida. Os arqueólogos acreditam que a lápide faz parte de um cemitério que pertencia a um hospital de quarentena usado para tratar pacientes com febre amarela no século XIX.

O hospital estava localizado em uma ilha próxima a Garden Key, que é a segunda maior de Dry Tortugas. Acredita-se que a ilha tenha sido submersa devido a condições meteorológicas adversas. A descoberta é compatível com registros históricos que indicam dezenas de pessoas enterradas nesse cemitério, a maioria soldados americanos que ocupavam o Forte Jefferson no século XIX.

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Até o momento, apenas uma lápide foi identificada, a do operário John Greer, que morreu enquanto trabalhava no Forte Jefferson, em 5 de novembro de 1861. Os detalhes sobre as circunstâncias de sua morte continuam desconhecidos, mas seu nome está nos documentos recuperados do antigo hospital. Seu túmulo foi marcado com uma grande laje de grauvaque, que é a mesma rocha usada para construir o primeiro andar do Fort Jefferson.
O forte teve diversos usos ao longo dos anos, como prisão militar durante a Guerra Civil Americana, posto avançado de carvão naval, porto seguro, estação de farol, hospital naval e instalação de quarentena. A medida que a população do Forte Jefferson e das ilhas ao redor aumentava com prisioneiros, militares, escravos, engenheiros, trabalhadores e suas esposas e filhos, os surtos de doenças altamente transmissíveis como a febre amarela se proliferavam, ceifando a vida de várias pessoas.

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O diretor do projeto de pesquisa, Josh Marano, destacou que a descoberta reforça o potencial para contar histórias ainda desconhecidas na área, tanto acima quanto abaixo da água. Ele afirmou que estão trabalhando ativamente para contar as histórias dos escravos, mulheres, crianças e trabalhadores civis, e que a transferência de pacientes doentes e moribundos para essas pequenas ilhas isoladas do congestionamento do Forte Jefferson, provavelmente salvou centenas de vidas de um destino semelhante.